Sanções não afetarão trabalhos conjuntos no espaço

Desde 1998, a ISS está em operação na órbita da Terra. Foto: NASA

Desde 1998, a ISS está em operação na órbita da Terra. Foto: NASA

Funcionários das agências especiais dos EUA (Nasa) e da Rússia (Roscosmos) estão convencidos de que a crise nas relações entre os países, desencadeada pela situação na Ucrânia, não trará consequências trágicas para a cooperação espacial. Em 13 anos de operação articulada, parceria na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) nunca foi interrompida.

Em declaração recente, o administrador da Nasa, Charles Bolden, assegurou que os astronautas americanos continuarão a executar todos os planos agendados no âmbito da Estação Espacial Internacional, independentemente da tensão nas relações entre EUA e Rússia.

“As pessoas esquecem que há 13 anos estamos trabalhando na ISS sem interrupções, e esse trabalho continuou mesmo durante os numerosos períodos de crises internacionais”, disse Bolden, acrescentando que, no momento, as relações com os russos no programa são “excelentes”.

A informação também foi confirmada por John Beyerle, ex-embaixador dos EUA na Rússia e membro do conselho da Fundação Rússia-EUA para o Avanço Econômico e do Estado de Direito. “Continuamos a concretizar todos os planos de lançamento e pouso de naves agendados para as próximas semanas”, afirmou Beyerle, citado pela agência de notícias Itar-Tass. 

Paralelamente, a Nasa publicou um orçamento estimado em US$ 17,5 bilhões até 2015, que prevê a alocação de 3 bilhões de dólares para o programa ISS nestes dois anos. 

A assessoria de imprensa da Roscosmos confirmou para a Gazeta Russa que as possíveis sanções não afetarão sensivelmente a cooperação entre os países na esfera espacial.

Treze anos

Após o golpe de agosto de 1991, a Rússia, que possuía uma experiência de mais de 25 anos em operar as estações orbitais Saliut e Mir, viu-se diante de uma crise econômica. 

Dois anos depois, considerando a situação difícil em torno da estação orbital Freedom desenvolvida nos Estados Unidos, o então diretor-geral da agência espacial russa, Iúri Koptev, dirigiu-se ao administrador da Nasa, Daniel Goldin, com a proposta de criação da Estação Espacial Internacional.

Com investimento de quase 140 bilhões de dólares, os países montaram a ISS a partir de dois segmentos: a Corporação Foguete e Espaço “Enérguia” (RKK, na sigla em russo) encabeçou a criação do segmento russo, enquanto o segmento americano ficou sob responsabilidade da Boeing. 

Desde 1998, a ISS está em operação na órbita da Terra. O funcionamento da estação é controlado conjuntamente pela Nasa, Roscosmos, Agência Espacial Europeia e Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial. Ao todo, 15 países participam do projeto internacional atualmente. 

Em janeiro deste ano, foi definido que o prazo de funcionamento da ISS será estendido até 2024.

 

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