Militares russos negaram qualquer ligação dos exercícios militares súbitos, que começaram na véspera aos acontecimentos na Ucrânia Foto: Reuters
“Os militantes ainda não entregaram as armas, não liberaram os prédios administrativos e estão anunciando a intenção de ‘restaurar a ordem’ em todas as regiões da Ucrânia”, lê-se no comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Rússia sobre o acordo de paz assinado no último dia 21.
O órgão também demonstrou preocupação com o fato de que, em vez de uma unidade nacional, seja em Kiev um “governo dos vencedores”, incluindo representantes do nacionalismo extremo. É preciso “evitar maior polarização da sociedade em resultado de ações dos radicais”, continua o relatório.
As iniciativas atuais dos políticos em Kiev tendem a gerar maior violação dos direitos das minorias, restrições da liberdade de imprensa e proibição de atividades de outros partidos políticos.
“Estamos dispostos a ajudar desde que haja um claro entendimento de que essa cooperação é justa, com base na capacidade não apenas de negociar, mas também de cumprir o acordo levando em conta os interesses da população local e de todos os parceiros da Ucrânia.”
A declaração do secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, de que a adesão da Ucrânia à aliança deveria estar entre as prioridades de Kiev não foi bem recebida pelo Kremlin. “Aconselhamos todos a rechaçar declarações provocatórias e a respeitar o estatuto de neutralidade da Ucrânia”, disseram as autoridades russas.
Fronteira pacífica
Na quinta-feira passada (20), a reunião de deputados das regiões do sudeste da Ucrânia e da Crimeia foi intitulado por alguns jornalistas como “congresso dos separatistas”. Mas a ideia foi prontamente refutada pelos representantes internacionais presentes no evento.
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Moscou culpa Ocidente pelos novos confrontos em Kiev“Eu não ouvi um único apelo separatista que fosse. O que eu ouvi foram palavras de políticos responsáveis que se preocupam com a integridade territorial da Ucrânia, com o seu desenvolvimento e modernização, com a eliminação da corrupção política e com o futuro do país como um Estado unificado”, declarou o chefe do Comitê Internacional, Mikhail Marguelov.
Os políticos e especialistas russos também garantem que Moscou não tem interesse no colapso da Ucrânia. Em entrevista ao jornal “Moskovski Komsomolets”, o diretor do Instituto dos países da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), Konstantin Zatulin, insinuou que a Rússia “não vai permitir ajustes de contas” sobre a população russa na Crimeia, e defendeu a “normalização da situação”.
O colunista do jornal “Vzgliad”, Piotr Akopov, também ressaltou que a Rússia não será beneficiada com o desmembramento do país vizinho. Segundo ele, “com base nos interesses a longo prazo, nos interessa que o país retorne às relações de união”, em vez de espalhar a violência pela península ou por zonas perto da fronteira russa.
Foi nesse contexto que os militares russos negaram qualquer ligação dos exercícios militares súbitos, que começaram na véspera aos acontecimentos na Ucrânia. Segundo o ministro da Defesa, Serguêi Choigu, os testes já estavam programados.
Com materiais dos veículos Moskóvski Komsomolets e Vzgliad
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