Mulheres, maionese ou cara fechada?

Mluheres belas são marca registrada do maior país do mundo Foto: Lori / Legion Media

Mluheres belas são marca registrada do maior país do mundo Foto: Lori / Legion Media

Depois de se mudar para outro país, as pessoas inevitavelmente se surpreendem com alguns dos hábitos dos habitantes locais. A Gazeta Russa conta aqui o que costuma surpreender os estrangeiros neste misterioso e polêmico país chamado Rússia.

Colírio feminino

A primeira coisa que se presta atenção é nas mulheres, já que as russas estão sempre vestidas como se estivessem indo ao teatro ou a um grande banquete. Mas a verdade é que elas se maquiam e usam salto alto mesmo se for apenas para ir comprar pão.

Como teste, basta prestar atenção às funcionárias dos diferentes aeroportos. Em Moscou, todas estão de salto. Na vizinha Ucrânia, os saltos se tornam ligeiramente mais baixos. E à medida que se aproxima do centro da Europa, menor é o tamanho dos saltos. Isso não quer dizer que não há muitas mulheres vestidas a rigor na França ou Itália, mas na Rússia esse é um fenômeno generalizado.

Sorriso de verdade

Outra coisa que chama a atenção logo de cara é o fato de os russos não sorrirem. Ao contrários dos latino-americanos, que sorriem por todo mundo nem que seja apenas por educação, os russos só vão sorrir se realmente simpatizarem com você.

No início pode ser desconfortável, pois parece que todos têm uma atitude particularmente negativa. Mas, com o tempo, esse aspectos negativos vão se transformam em positivos, e os raros sorrisos irão sinalizar que as pessoas estão realmente felizes.

Como vai você?

Nos países ocidentais, a pergunta “Como vai você?” tem um caráter mais ritualístico, mas, na Rússia, essa simples questão costuma levar a uma resposta longa e bem estruturada.

Conta-se a história de um escritor russo que, de tão cansado dessa pergunta, um dia começou a gritar: “Ah, você quer saber como é que eu estou?”. Em seguida, pegava as pessoas pelo colarinho e não as soltava enquanto não contasse todas as novidades.

É basicamente a mesma história do sorriso: se você se interessou em saber como eu estou, então que se interesse de verdade.

Reino da maionese

Outro fator ao qual os brasileiros não estão acostumados é o excesso de maionese na culinária russa. Sim, ela está em todos os pratos: na salada Oliviê (espécie de salada russa), no arenque sob caso de pele (ou “escondidinho” pela maionese) e em muitas outras saladas. Tem até quem se aventure a assar carne com maionese no forno.

Histórias de outro mundo

Cada pessoa se surpreende com uma coisa diferente das outras. O programador indiano Sovon Das, que se mudou para a Rússia há algum tempo, fica admirado com os preços altos e por haver tão pouca gente que saiba falar inglês, além da dificuldade que um estrangeiro tem para conseguir trabalho.

Já a norte-americana Amy, professora de jardim de infância, espanta-se com a paixão demonstrada pelos russos ao colher cogumelos. “Eles gostam de ir colher cogumelos selvagens, ao contrário da maioria dos americanos. No começo, eu pensei que isso era meio estranho e até um pouco perigoso”, diz.

Mas o caso mais interessante é do britânico Martin Cooke, que organize oficinas de teatro. “Minha esposa, Natasha, estava esperando sua mãe chegar para nos ajudar com o nosso primeiro bebê. O trem deveria chegar da Basquíria às 4 da manhã. Infelizmente, a Natasha entrou em trabalho de parto por volta das duas”, conta. “Eu disse que chamaria a parteira, enquanto ia pegar um táxi para buscar a mãe dela, mas ela insistiu em ir junto e me disse: ‘Não, querido, a minha mãe está trazendo batatas da Basquíria e eu tenho que ir ajudá-la a carregar essas batatas’”.

 

A Gazeta Russa agradece ao clube moscovita Ru-En Games for Expats (engam.ru) pela colaboração na reportagem.

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