Nesse contexto, Moscou está tentando equilibrar a situação e aumentar a representação dos opositores Foto: AP
A segunda conferência pela paz, cuja proposta surgiu durante a visita do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, a Moscou em maio do ano passado, tem como objetivo dar sequência aos trabalhos realizados na cidade de Genebra, em 2012, e iniciar o processo de solução política para a crise síria. No entanto, com o anúncio do convite para participação iraniana e as exigências impostas pela oposição síria, o encontro tende a ser novamente postergado.
“A principal razão não é o desejo de se prepararem o melhor possível para a conferência que vai decidir o destino do Estado e do povo sírios, mas são disputas internas entre os vários grupos da coalizão que são apoiados por diferentes patrocinadores externos”, ressaltou o chanceler russo Serguêi Lavrov na última sexta-feira (17).
A Coalizão Nacional Síria da Oposição e das Forças Revolucionárias (CNSOFR), embora reconhecida pelo Ocidente como parte das negociações de paz, não tem influência sobre os grupos armados que operam contra o exército sírio. Além disso, o chefe do Conselho Militar Supremo, Salim Idris, também declarou recentemente que a decisão da CNSOFR de ir para Genebra seria a “escolha errada”, pois não corresponde aos interesses da “revolução síria”.
Os grupos radicais, tais como Frente al-Nusra e o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que visam a criação de um califado na Síria e a introdução da lei islâmica na região, assumem uma posição ainda mais intransigente. Em princípio, eles não estão em busca do chamado “processo de paz”.
Nesse contexto, Moscou está tentando equilibrar a situação e aumentar a representação dos opositores, trazendo para as negociações a oposição síria interna que atua no campo político. “Desde o início, somos a favor de ter a oposição interna e patriótica representada na conferência”, disse Lavrov, destacando especialmente o Comitê Nacional de Coordenação (CNC) e as estruturas que unificam os curdos sírios. Até o momento, nenhum dos grupos recebeu convite para o encontro pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
O chefe da Sociedade Russa de Amizade e Cooperação Empresarial com os países árabes, Viatcheslav Matuzov, alerta para o fato de que qualquer protelação nas negociações de paz apenas reforçará os extremistas islâmicos que operam na Síria. “E lutar com eles talvez seja exatamente a principal tarefa de Genebra-2”, diz.
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