"Os resultados de 2013 demonstram que a circulação de mercadorias entre a Rússia e os países do Brics permanece estável" Foto: ITAR-TASS
Rosbalt: Um pouco antes da adesão russa à OMC, surgiram muitos prognósticos negativos acerca das consequências. Quais são os resultados do primeiro ano de participação do país no organismo internacional?
Aleksêi Likhatchov: Não observamos a presença expressiva nem a ausência de consequências negativas. A Rússia vem cumprindo suas obrigações e alterando consideravelmente certas formas de apoio. Neste ano, há outra tendência importante: a materialização dos nossos interesses, o que não foi possível realizar logo de princípio. Estamos efetuando várias consultas relacionadas com o acesso dos nossos produtores aos mercados de determinados países, por exemplo.
R: Em termos gerais, como você avalia o desenvolvimento do comércio russo em 2013?
AL: Pela primeira vez, a circulação anual de artigos e serviços no comércio externo russo superou US$ 1 trilhão. A exportação de matérias-primas diminuiu, enquanto a de altas tecnologias vem crescendo. Durante 2013, a exportação de máquinas e equipamentos subiu mais de 4%, de altas tecnologias, 14%, e de inovações, 4,2%. Também houve crescimento expressivo do comércio de serviços, que, segundo o Banco Central da Rússia, chegou a 18% no primeiro semestre de 2013.
R: Na primeira metade do ano passado, foi registrada uma queda considerável dos volumes comerciais entre a Rússia e os demais países do Brics. Foi possível alterar esse processo no segundo semestre?
AL: Os resultados de 2013 demonstram que a circulação de mercadorias entre a Rússia e os países do Brics está diminuindo ou permanece estável. As importações da Rússia originárias de praticamente todos os países do grupo estão crescendo, enquanto as nossas exportações caíram um pouco. Portanto, a Rússia está demonstrando aos parceiros do grupo que não está criando obstáculos para o acesso a seu mercado interno.
As nossas exportações estão caindo sobretudo por causa da conjuntura de preços. Fica evidente que, durante a próxima cúpula do Brics, bem como durante a reunião dos ministros da Economia que acontecerá paralelamente, devem ser analisadas e tomadas medidas que visem o crescimento recíproco da circulação de mercadorias.
R: Em que fase se encontra a elaboração do programa do desenvolvimento estratégico do Brics?
AL: O programa de cooperação econômica elaborado por nós foi apresentado na África do Sul no início de dezembro passado e discutido especialmente com os parceiros brasileiros. Neste ano, o Brasil preside o grupo, e nutrimos esperanças de que na próxima cúpula a estratégia seja aprovada ou, pelo menos, analisada a fundo por todos os membros.
R: Quais são parâmetros essenciais desse programa?
AL: O programa do desenvolvimento do Brics também está relacionado com a procura de instrumentos de incentivo para o comércio, além do apoio mútuo na elaboração dos projetos. Para nós, os mais prioritários são os relacionados com o Extremo Oriente, enquanto os sul-africanos, por exemplo, estão mais concentrados no fortalecimento da sua economia e das economias vizinhas, e os brasileiros são mais orientados para o desenvolvimento da produção em seu território.
Na elaboração dos projetos, deve existir uma combinação de interesses mútuos e, claro, a extinção de obstáculos. Todos os países dos Brics recorrem bastante às barreiras comerciais. Achamos que, no comércio estabelecido entre nós, a quantidade dessas barreiras deve diminuir.
Publicado
originalmente pelo Rosbalt
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