Dilma se recusou a comentar interesse de Snowden por asilo no Brasil Foto: Reuters
“Eu não queria mudar a sociedade. Eu queria dar às pessoas a oportunidade de determinar se devemos mudar alguma coisa”, disse Snowden ao “Washington Post”, em entrevista publicada nesta terça-feira (24).
Snowden liberou documentos sigilosos à imprensa no verão passado. Neles estavam descritos os programas de vigilância de internet promovido pelo governo dos EUA, incluindo espionagem em torno de cidadãos americanos.
As revelações geraram polêmica interna e dificultaram as relações entre o país e seus aliados, incluindo a Alemanha, depois que de ter sido relevado que a Agência de Segurança Nacional havia grampeado o celular da chanceler alemã Angela Merkel por vários anos.
“Eu não estou tentando derrubar a NSA. Estou trabalhando para melhorá-la”, disse Snowden. Na entrevista, ele afirmou ainda que ele não mantém lealdade a qualquer governo, exceto aos Estados Unidos, e não há acordo formal com o governo russo além do asilo temporário.
Silêncio de Dilma
Na semana passada, o presidente russo Vladímir Pútin insistiu que os serviços de segurança russos não tinham trabalhado com Snowden, acrescentando que o delator fez “uma escolha nobre, mas difícil para si mesmo”.
O delator, que primeiro fugiu para Hong Kong em maio e depois para Moscou, onde permaneceu no aeroporto Cheremetievo por mais de um mês, recebeu asilo temporário na Rússia em julho.
Snowden disse, embora seja livre para sair de casa, costuma permanecer recluso à base de sua dieta de batatas fritas, macarrão instantâneo e leitura on-line. No mês passado, seu advogado informou que Snowden havia começado a trabalhar com uma grande empresa russa.
Recentemente, o ex-agente também demonstrou interesse em obter asilo permanente no Brasil. Porém, em bate-papo com jornalistas no último dia 18, a presidente Dilma Rousseff disse que não se manifestará sobre o assunto, pois não recebeu nenhum documento oficial com a solicitação.
Publicado originalmente pelo The Moscow News
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