Chanceler russo, Serguêi Lavrov Folnte: Reuters
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo destacou o bom nível de cooperação com seus pares norte-americanos e os progressos já observados na preparação para o Genebra 2. No entanto, afirmou que as demandas da oposição em “garantir corredores humanitários com cobertura” continuam sendo um problema.
“Tudo isso se assemelha muito à exigência de longa data para a criação de corredores desse tipo, para a criação de zonas de exclusão aérea sem que para isso seja necessário o consentimento do governo sírio, para que o exterior possa fazer chegar a ajuda humanitária através desses corredores”, explicou Lavrov.
Quanto às perspectivas da participação da oposição síria nas negociações, Lavrov expressou certa cautela. “Temos a sensação de que, aos poucos e poucos, a posição daqueles que a princípio reagiam com hostilidade à própria ideia de regulação política e apostavam exclusivamente na solução armada está ficando mais realista”, afirmou.
Mesmo assim, o ministro lamentou que a Coalizão Nacional não tenha ainda um “programa construtivo para a Síria, com base no qual possa construir a sua campanha eleitoral, mas apenas apelos para a derrubada de Bashar al-Assad”.
De acordo com Lavrov, existe a chance de realizar o Genebra 2 antes do final do ano, mas muito vai depender de como os parceiros ocidentais “fizerem a lição de casa” para convencer a oposição a rejeitar as suas condições preliminares.
Levando em conta a opinião das agências humanitárias internacionais, “os principais problemas na atual fase do conflito estão sendo criados pelos rebeldes”, continuou o chanceler. Mas, ao criticar as tentativas de uma série de países em “apresentar, como prioridade máxima, a reação a alguns sintomas do conflito”, Lavrov ressaltou que alguns participantes ocidentais do processo também estão criando problemas.
Segundo ele, a Rússia vem desde 2005 propondo a redação de uma lista de critérios a serem respeitados na abordagem de qualquer conflito. “Eles devem ser resolvidos apenas com base em um diálogo nacional que envolva todos os grupos políticos, étnicos e religiosos do país. Não deve haver interferência externa, é preciso respeitar a integridade territorial e a soberania do Estado. E os problemas da população civil devem sempre vir em primeiro lugar”, disse ele.
O ministro manifestou confiança na próxima presidência da Rússia no G8, já que representaria “uma nova oportunidade de cutucar os principais intervenientes mundiais e torná-los mais receptivos à regras fundamentais de resolução de conflitos”.
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