Em entrevista ao jornal “Moskóvski Komsomolets”, o roqueiro russo Andrei Makarevitch, que também assinou a carta, disse que os ecologistas não podem ser considerados piratas nem bandidos Foto: kinopoisk.ru
Em apelo publicado no site da Greenpeace na terça-feira passada (5), os intelectuais dizem não compreender a razão pela qual os tripulantes do “Arctic Sunrise”, incluindo o fotógrafo e operador de câmara, se encontram em regime de prisão preventiva há mais de um mês.
O conteúdo da carta ressalta que a intenção dos ecologistas foi proteger a natureza do Ártico dos eventuais danos provocados pela exploração de petróleo. “O Ártico é uma região frágil, seu enorme chapéu de gelo arrefece o clima do planeta, seu estado se reflete na vida de todos os seres da Terra”, diz o documento destinado a Pútin.
Segundo os autores do apelo, a detenção dos ecologistas pode ser negativa para a imagem do país, já que entre os presos estão, além de russos, cidadãos do Brasil Canadá, Nova Zelândia, Argentina, Finlândia, Ucrânia, Holanda, Suíça, Reino Unido, Polônia, Dinamarca, Austrália, França e Itália.
Personalidades que assinaram apelo em defesa dos ecologistas
Aleksandr Kutikov, músico (“Machina Vrémeni”)
Aleksandr Voitínski, compositor e produtor musical
Aleksêi Barats, ator de teatro e cinema (“Kvartet I”)
Aleksêi Romanov, músico (“Vosskressénie”)
Alex Dubas, escritor
Andrei Makarevitch, músico
Armen Grigorián, músico (“Krematori”)
Artémi Tróitski, jornalista e escritor
Veronika Dólina, poetisa
Gleb Samoilov, músico (“Matrixx”)
Evgueni Fiódorov, músico (“Zorge”)
Jénia Liubitch, músico
Zakhar Prilépin, escritor
Ivan Aleksêiev, músico (“Noize MC”)
Grupo “Liapis Trubetskói”
Tatiana Lázareva, apresentadora de TV
Iúlia Tchitchérina, cantora
Além disso, “é triste constatar que só a parte russa do Ártico está atualmente disponível para corporações estrangeiras, enquanto outros países como, por exemplo, a Noruega, se recusam a desenvolver novos projetos petrolíferos na área. A Rússia é dos países mais importantes da região, e pode representar a chave de sua salvação”, continua a carta.
Em entrevista ao jornal “Moskóvski Komsomolets”, o roqueiro russo Andrei Makarevitch, que também assinou a carta, disse que os ecologistas não podem ser considerados piratas nem bandidos. “Está perfeitamente claro que estavam chamando a atenção com suas ações, e é isso que é necessário fazer. Se deteriorarmos o Ártico, a vida na Terra se tornará muito mais penosa”, disse ele.
O diretor da filial russa do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês), Ígor Tchéstin, elogiou a iniciativa, mas está convencido de que, se o apelo fosse apresentado “por empresários ou religiosos, o assunto seria resolvido mais depressa”.
O documento assinado por intelectuais surgiu na sequência de outra carta também endereçada a Pútin e assinada por vencedores do Prêmio Nobel. Na época, o porta-voz do Kremlin, Dmítri Peskov, informou que a resolução do caso não está nas mãos do chefe de Estado, mas sob a responsabilidade do Poder Judiciário.
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