Protestos contra a exploração de petróleo no Ártico são recorrentes em diversas cidades russas Foto: Reuters
Onze vencedores do Prêmio Nobel da Paz pediram ao presidente russo Vladímir Pútin para que ajudasse na libertação dos 30 ativistas do Greenpeace acusados de pirataria.
“Escrevemos ao senhor para pedir que faça tudo o que puder para garantir que as acusações excessivas de pirataria contra os 28 ativistas do Greenpeace, além do fotógrafo e do cinegrafista freelancer, sejam desconsideradas”, diz a carta disponível no site do Greenpeace.
Entre os signatários estão o arcebispo sul-africano Desmond Tutu e a advogada iraniana Shirin Ebadi.
A carta alega que os ativistas do Greenpeace, a quem apelidam de “Ártico 30”, estavam envolvidos em um protesto pacífico, quando tentaram, no mês passado, escalar uma plataforma de petróleo do Ártico pertencente a uma subsidiária da gigante estatal russa Gazprom.
A carta também repete as reivindicações do Greenpeace de que a perfuração de petróleo no Ártico representa um grande risco para o meio ambiente.
O porta-voz de Pútin, Dmítri Peskov, rejeitou o documento, dizendo ter sido dirigido à pessoa errada. “Todos devem esperar até que investigação seja concluída e o veredicto do tribunal seja dado. É assim que funciona a lei”, disse Peskov.
Logo após a apreensão do navio do Greenpeace, o próprio presidente disse que não acreditava que as pessoas a bordo fossem piratas. Mesmo assim, o Comitê de Investigação da Rússia – que é diretamente subordinado a Pútin – manteve a acusação de pirataria, ação que foi justificada por Peskov como “prova da independência da agência”.
A iniciativa dos vencedores do Nobel foi inesperadamente ecoada por Paolo Scaroni, presidente da petrolífera italiana Eni, segundo o jornal “Corriere della Sera”.
Scaroni pediu Gazprom ao líder da Gazprom, Aleksêi Miller, para apoiar a libertação do “Ártico 30”, que inclui um cidadão italiano. Miller não fez comentários sobre a proposta.
Os assessores da Gazprom já haviam informado que a plataforma de petróleo invadida pelo Greenpeace vai começar os trabalhos de perfuração no mar de Pechora antes do final do ano.
Publicado originalmente pelo The Moscow News
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