Amorim (esq.) e Choigu (dir.) concordaram em elaborar tratado internacional para proteção das redes de informação Foto: AP
Em visita ao Brasil, o ministro da Defesa russo, Serguêi Choigu, discutiu uma ampla gama de questões com seu homólogo brasileiro, Celso Amorim. Além dos laços políticos já estabelecidos em encontros anteriores e no âmbito do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), os dois países focaram nas perspectivas de cooperação técnico-militar.
Na véspera da chegada do ministro da Defesa russo, já se falava na mídia sobre a assinatura do contrato de compra do sistema de defesa antiaérea Pantsir-S1 pelo Brasil, que prevê também a transferência da respectiva tecnologia. Também foi anunciado o fornecimento dos sistemas de mísseis antiaéreos portáteis russos Igla-S durante a atual visita, o que acabou não acontecendo.
A expectativa é que, dentro de um ou dois meses, especialistas militares brasileiros cheguem à Rússia para iniciar a fase final das negociações. O documento que irá formalizar o acordo deverá ser assinado, segundo projeção do Ministério da Defesa brasileiro, em meados do próximo ano.
Amorim declarou que a aquisição de sistemas de defesa antiaérea e de helicópteros MI-35 (das 12 aeronaves compradas, 9 já estão na Força Aérea Brasileira), apelidados de “tanques voadores”, será o primeiro passo rumo a novos projetos mais ambiciosos.
Foto: AFP/EastNews
Os ministros da Defesa discutiram também a questão da formação e treino conjunto dos oficiais na base nas academias militares dos dois países, inclusive a possibilidade de troca de experiência entre os militares das Forças Aerotransportadas da Rússia e do Exército brasileiro.
Nesse contexto, Choigu propôs o intercâmbio de informações referentes à segurança em grandes eventos como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, que ambos os países irão receber nos próximos anos. O ministro russo convidou observadores brasileiros para acompanharem os Jogos Olímpicos de Inverno 2014, em Sôtchi. Amorim, por sua vez, retribuiu o convite sugerindo que especialistas russos compareçam na Copa do Mundo no Brasil, em junho do ano que vem.
Planos conjuntos
O projeto FX-2, que prevê o reequipamento e modernização da Força Aérea Brasileira, também não foi esquecido. Amorim ressaltou que a licitação para a compra de caças está na reta final e, por isso, não é mais possível a inserção de novos participantes. No entanto, o ministro brasileiro demonstrou disposição para desenvolver conjuntamente o avião militar de quinta geração T-50.
Também foi proposta uma parceria para o desenvolvimento de aeronaves de ataque e treinamento com base nos Yak-130, além da criação de grupos de trabalho para questões da segurança cibernética e espacial.
Nesse aspecto, ambas as autoridades concordaram em iniciar a elaboração de um tratado internacional para proteção das redes de informação. “Estamos comprometidos com uma parceria estratégica focada no desenvolvimento conjunto de novas tecnologias”, declarou Amorim.
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