Tribunal acusa os 30 tripulantes a bordo do navio do Greenpeace de pirataria

Os guardas de fronteira russos apreenderam o “Arctic Sunrise” e todos a bordo, incluindo a tripulação, um fotojornalista e um cinegrafista Foto: site oficial do Greenpeace

Os guardas de fronteira russos apreenderam o “Arctic Sunrise” e todos a bordo, incluindo a tripulação, um fotojornalista e um cinegrafista Foto: site oficial do Greenpeace

Gaúcha Ana Paula Maciel já havia sido indiciada na quarta-feira (2) com outros 13 membros do “Arctic Sunrise”. Maioria dos russos aprovam medida, alegando que governo deve “impedir as tentativas de organizações ambientais estrangeiras de dificultar a exploração do Ártico na Rússia”.

As autoridades russas completaram nesta quinta-feira  (3) as acusações de pirataria contra todas as 30 pessoas detidas a bordo do navio quebra-gelo do Greenpeace “Arctic Sunrise”.

“Os réus se declararam inocentes e estão se recusando a prestar testemunho”, informou o Comitê de Investigação da Rússia em seu site. Catorze dos 30 detidos foram formalmente acusados na quarta-feira (2), incluindo a gaúcha Ana Paula Maciel, e os 16 restantes foram indiciados nesta quinta. Eles podem pegar até 15 anos de prisão.

O Greenpeace se opõe à extração de petróleo no Ártico, porque, segundo a ONG, as consequências de um possível vazamento seriam irreversíveis. A organização recorreu da decisão do tribunal russo para os 30 réus, que são de 18 nacionalidades diferentes e serão mantidos em prisão preventiva até 24 de novembro.

Os guardas de fronteira russos apreenderam o “Arctic Sunrise” e todos a bordo, incluindo a tripulação, um fotojornalista e um cinegrafista, depois de os ativistas tentarem, no dia 18 de setembro, escalar uma plataforma onde a estatal Gazprom está preparando para desenvolver a extração da reserva de Prirazlomnoie.

Guennádi Liubin, diretor-executivo da Gazprom Neft Shelf, subsidiária responsável pela operação, disse à agência de notícias Prime nesta quinta que a plataforma era segura e possui um plano de emergência que atende às exigências do governo. O executivo também negou que a operação esteja recebendo financiamento do Estado.

Onda antiprotesto

Um estudo publicado também nesta quinta-feira pelo Centro de Pesquisas de Opinião Pública da Rússia (VTsIOM) revelou que 60% dos russos aprovam o caso. Na mesma pesquisa, 66% indicaram que o governo deveria “impedir as tentativas de organizações ambientalistas estrangeiras de dificultar a exploração do Ártico na Rússia”.

Dezessete por cento dos 1.600 entrevistados de todo o país disseram que o tratamento dos ativistas detidos estava sendo “muito duro”, enquanto 20% afirmaram que os protestos ambientais no Ártico não devem ser obstruídos. A margem de erro é de 3,4 pontos percentuais.

 

Publicado originalmente pelo The Moscow News

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