Comparada a outros países, a Rússia ainda recebe uma parcela muito modesta dos turistas brasileiros Foto: Getty Images/Fotobank
Ainda vista por muitos como um lugar exótico, a Rússia vem sendo cada vez mais escolhida como destino de férias por brasileiros. Estimativas da Embratur, órgão ligado ao Ministério do Turismo, mostram que o número de viajantes do Brasil que visitaram o país na última década passou de 10.829 em 2005 para 22.675 em 2011.
Segundo a Rosturism, agência federal de turismo da Rússia, o país recebeu 27.180 em 2012, contra 10.640 visitantes em 2009, ano anterior à entrada em vigor do acordo de isenção do visto para viagens de turismo entre os dois países.
Para Gustavo Nunes Leal, dono da Tchayka, uma das únicas agências do Brasil especializada em viagens para a Rússia, esse número tem potencial para aumentar ainda mais.
“A força de atração da Rússia é muito forte. São muitas as referências que o brasileiro tem do país, e a distância ‘psicológica’ entre os dois países diminui a cada ano”, diz.
Tomas Perez, presidente da operadora especializada em viagens de alto padrão Teresa Perez Tours, tem opinião semelhante.
“A Rússia é uma tendência forte para o turismo da Europa. Sua economia em expansão tem permitido o surgimento de novas opções de hospedagem de alto padrão, além de restaurantes e lojas de prestígio mundial.”
Parcela modesta
Comparada a outros países, a Rússia ainda recebe uma parcela muito modesta dos turistas brasileiros. A CVC, uma das maiores operadoras de viagem do Brasil, embarca apenas cerca de 600 brasileiros por ano para a Rússia, seja com a venda de passagens aéreas e diárias em hotéis, seja por meio de pacotes de viagens.
De acordo com as estimativas da Embratur, o número de brasileiros que viajaram à França, por exemplo, foi superior a 402 mil em 2011 e, para os Estados Unidos, ultrapassou 1,5 milhão.
“A região é pouco divulgada pelo governo aos brasileiros. Quem embarca para a Rússia geralmente já viajou para muitos destinos antes de se aventurar por lá, principalmente pela distância e pela dificuldade da língua”, diz o gerente de produtos da CVC para a Europa, Oriente e Ásia, Rodrigo Tobias.
O idioma russo é apontado como um dos principais obstáculos pelos turistas em
viagem ao país, já que tem um alfabeto diferente, o cirílico, e raiz eslava,
muito distante do neolatino português.
Para amenizar o problema, a jornalista Paula Fazzio, 25, procurou se
familiarizar com o alfabeto cirílico antes de visitar o país com uma amiga, em
julho passado.
“Pesquisei bastante antes de ir para lá. Foi importante para conseguir ler
os nomes das estações de metrô em Moscou, por exemplo, mas o entendimento mesmo
era muito pequeno”, diz.
Ela conta que chegou de madrugada, e os metrôs e ônibus não funcionavam,
por isso teve muita dificuldade para chegar ao hotel que havia
reservado.
“No balcão de informações oficial do aeroporto ninguém falava inglês. Fiquei cerca de duas horas tentando falar em mímica com os taxistas, negociando os preços, que variavam muito”, relata Paula.
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