G20: Rússia vai introduzir educação financeira nas escolas

Cúpula do G20 reúne líderes das principais economias mundial nos dias 5 e 6 de setembro em São Petersburgo Foto: Press Photo

Cúpula do G20 reúne líderes das principais economias mundial nos dias 5 e 6 de setembro em São Petersburgo Foto: Press Photo

Falta de conhecimento dos serviços financeiros foi apontada como principal causa da crise mundial que se estende há seis anos. Ministros do G20 avaliam medidas para enfrentar a volatilidade dos mercados, enquanto Brics se reunirão para discutir políticas macroeconômicas e a criação de uma reserva bancária.

A Rússia vai implementar cursos de educação financeira no currículo escolar como parte da estratégia nacional destinada a aumentar o nível de literacia na área, declarou o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, durante sessão do G20 nesta quinta-feira (5).

“Preparamos uma estratégia nacional sobre a educação financeira que irá aumentar a literacia da população em serviços financeiros”, disse Siluanov, acrescentando que a falta de conhecimento na área foi parcialmente responsável pela crise econômica de 2008, que começou no setor de créditos imobiliários nos EUA, quando as pessoas ficaram tentadas a assumir créditos aparentemente vantajosos.

Volatilidade do mercado

O ministro das Finanças russo Anton Siluanov disse que os mercados emergentes deveriam ter usado flexibilização quantitativa e dinheiro barato para conduzir reformas estruturais. A partir de agora, o dinheiro em países que emitem moedas de reserva ficará mais caro. Sob essas condições, os países com superávit em conta corrente precisam estimular o consumo, enquanto os países com déficits devem incentivar as poupanças. Os Brics também criarão um fundo de reserva para enfrentar a volatilidade dos fluxos de capital após a mudança de política.

Siluanov também disse que uma pesquisa recém-conduzida com os cidadãos russos revelou que apenas 37% dos entrevistados compreendiam a importância de manter uma poupança, enquanto a maioria sequer economizava para dias difíceis.

O ministro também apresentou um relatório sobre literacia financeira global que foi elaborado em conjunto com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O documento reúne as práticas e a experiência internacional em aumentar a literacia financeira.

Segundo o relatório, mesmo nos países desenvolvidos, os cidadãos geralmente não têm conhecimento básico sobre serviços financeiros. Na França, oito em cada dez pessoas sabem o básico de investimentos, enquanto na Holanda apenas sete em cada dez apresentam conhecimento semelhante.

“Estamos no sexto ano de crise. E é principalmente porque as pessoas nos Estados Unidos receberam ofertas de produtos financeiros que pareciam muito atraentes. As pessoas não têm educação financeira suficiente para entender se podem lidar com tal produto ou não”, disse o secretário-geral da OCDE, Anjo Gurría, durante a sessão.

Gurría acrescentou que o relatório se concentra em fornecer educação financeira para as mulheres, por serem a parcela de consumidores mais ativos, bem como para jovens.

Brics em paralelo

O ministro das Finanças chinês Gao Hucheng anunciou que os líderes dos Brics terão uma reunião extraordinária durante a atual cúpula do G20 para discutir políticas macroeconômicas e a criação de uma reserva bancária com US$ 100 bilhões. A China será responsável pela maior fatia nesse banco.

O tema principal da reunião dos Brics será o uso de métodos econômicos com base em regras de mercado para reagir à volatilidade dos mercados. Os líderes vão debater como manter o mecanismo de flexibilização das taxas de câmbio para que os países sejam capazes de adaptar a sua taxa de câmbio à condições em transformação, porém evitando desvalorizações competitivas.

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