Na próxima cúpula, os líderes do grupo discutirão o efeito da redução das políticas de estímulo adotadas por muitos países para debelar a crise Foto: Press Photo
Em coletiva de imprensa em São Petersburgo, a “sherpa” russa (emissária do governo), Ksênia Iudáeva, fez um balanço do período em que a Rússia ocupou a presidência do G20.
Na conversa com os jornalistas, Iudáeva também abordou as questões agendadas para a próxima cúpula do grupo, que começa na próxima quinta-feira (5) na cidade.
Segundo ela, o tema principal da presidência russa foi o estímulo ao crescimento econômico. Os principais resultados do trabalho realizado pelo grupo nesse sentido serão estipulados no Plano de Desenvolvimento de São Petersburgo, que contém uma estratégia de transição para o crescimento sustentável.
"O plano inclui uma análise dos principais problemas, as obrigações dos países em matéria de política fiscal e as medidas para estimular o crescimento e criar empregos", explicou Iudáeva.
O segundo traço marcante do termo russo foi a realização de um balanço das atividades do G20 em um período difícil como o atual. Ao ser perguntada pela Gazeta Russa sobre os resultados concretos, Idáeva disse que o G20 teve um papel importante no combate à crise global.
"Os países do grupo contiveram em conjunto a crise, criaram um mecanismo de segurança financeira e começaram a reformar o FMI. Agora, estão tomando medidas para evitar a repetição da crise de 2008", disse ela.
O terceiro traço marcante da presidência russa foi a rejeição da prática de elaborar recomendações uniformes para todos os países. Em vez disso, os países analisam as receitas propostas e escolhem a opção que mais lhes convém. Como resultado, cada país contará com um plano de ação individual.
Para Iudáeva, os principais documentos da próxima cúpula serão a declaração conjunta, a ser assinada no fim da reunião, o Plano de Ação de São Petersburgo, o Plano de Ação Tributária e os relatórios sobre as novas opções da política de desenvolvimento e sobre a reforma do sistema financeiro internacional.
Entre outras áreas priorizadas pela Rússia durante sua presidência, Iudáeva enfatizou o setor energético e o combate à corrupção, quando os países do G20 passaram da discussão dos preços no setor de energia para a regulamentação do investimento nessa área. Além disso, a Rússia conseguiu atrair financistas para a discussão dessa questão.
"Foi realizado um grande trabalho no combate à corrupção", adiantou Iudáeva. "Foi elaborado um plano bianual de combate à corrupção, analisada a situação em termos de corrupção e foi discutido um plano de medidas anticorrupção quando da realização de grandes eventos esportivos. Além disso, foi estuada a experiência estrangeira nessa área", disse a responsável.
Ainda de acordo com Iudáeva, no início de 2013, a agenda do G20 teve como itens prioritários as políticas monetárias extraordinárias de alguns países, particularmente dos EUA e do Japão. Durante a presidência russa, entre os temas mais discutidos, estiveram o das guerras cambiais e o do mecanismo de evitar desvalorizações competitivas das moedas.
Na próxima cúpula, os líderes do grupo discutirão o efeito da redução das políticas de estímulo adotadas por muitos países para debelar a crise. Outro assunto a ser abordado no encontro será o apoio ao sistema de comércio atual e o aumento do papel dos países emergentes.
Segundo Iudáeva, no G20, foi realizado um estudo das cadeias de valor globais e elaborada uma política que permite aos países emergentes se integrar a essas cadeias.
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