Cúpula do G20 vai focar em questões como a situação da economia global, reforma do sistema monetário mundial e combate à corrupção Foto: Reuters / Vostock Foto
Ao assumir a presidência do G20 em dezembro de 2012, a Rússia já havia anunciado que a principal tarefa de sua presidência seria concentrar esforços para desenvolver medidas de incentivo ao crescimento econômico e à criação de emprego. Para tanto, seria necessário promover, antes de tudo, o investimento, a regulação eficaz, aumentar a confiança e transparência dos mercados.
É precisamente com essas prioridades que serão discutidos nos dias 5 e 6 de setembro, em São Petersburgo, temas como o estado da economia global, a promoção do emprego, a reforma do sistema monetário internacional e do sistema de regulação e supervisão financeira, a estabilidade dos mercados globais de energia, o fortalecimento do comércio multilateral e a oposição ao protecionismo, bem como a luta contra a corrupção.
Para aprofundar a discussão sobre os rumos da economia global, a Rússia, na qualidade de anfitriã do evento, propôs também debater o papel dos investimentos como motor do crescimento econômico e da criação de empregos, bem como a modernização dos sistemas nacionais de crédito e gestão da dívida soberana.
“Assumimos uma atitude séria e responsável perante cada questão marcada e chegamos à cúpula com uma sólida bagagem de acordo”, descreveu Pútin em um comunicado oficial divulgado na semana passada. Entre as medidas mais importantes, o presidente destacou a iniciativa conjunta de combater a evasão fiscal.
Segundo Pútin, o plano de ação, desenhado pelos países do G20 com o apoio da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), é o “maior passo dado nos últimos cem anos em direção à melhoria e coordenação da política fiscal”. Basta dizer que, na véspera da decisão, a maioria das empresas offshore se adiantou a anunciar a flexibilização do sigilo bancário.
Haverá também uma reunião conjunta dos ministros das Finanças e do Trabalho dos países do G20. Será a primeira vez que os altos funcionários trabalharão nesse formato a fim de vincular questões de políticas macroeconômicas e financeiras com a criação de emprego e proteção social, bem como discutir medidas de promoção do emprego para jovens e grupos vulneráveis da sociedade.
“O diálogo intensivo da presidência russa com todas as partes interessadas tem desempenhado um importante papel no reforço da transparência e eficácia do nosso trabalho”, diz o comunicado de Pútin, referindo-se aos países que não compõem o grupo dos vinte, além de associações regionais e internacionais, comunidade empresarial, sindicatos e sociedade civil.
Investimento no futuro
Pútin comentou ainda sobre o relatório já concluído que prevê a implementação dos compromissos anteriormente assumidos do G20 na área da promoção do desenvolvimento. O extenso documento, que servirá de base para um novo plano chamado “Estratégia de Desenvolvimento de São Petersburgo”, foi apresentado à mídia pela enviada russa para o G20, Ksênia Iudaieva, e o vice-chefe do Ministério das Finanças, Serguêi Stortchak.
Ambos ressaltaram que trata-se do primeiro relatório do gênero em cinco anos de história das cúpulas do G20. Ao analisar a implementação das decisões tomadas na cúpula de Seul, em 2010, observa-se o cumprimento de 33 dos 67 compromissos programados. Quanto ao restante, 33 estão em andamento e apenas um, o da promoção da energia e infraestrutura de transporte, encontra-se suspenso.
Na ocasião, Stortchak revelou que, para apoiar as economias dos países em desenvolvimento, o G20 investiu até 100 bilhões de dólares por ano. Desse montante total, a contribuição da Rússia foi de cerca de 500 milhões.
Em entrevista à Gazeta Russa, o chefe do departamento das organizações financeiras internacionais do Ministério das Finanças da Rússia, Andrei Bokarev, acrescentou que o maior volume de recursos foi direcionado para os países da Europa Oriental e Ásia Central, seguidos pelos países do Sudeste Asiático, do Oriente Médio e da África subsaariana.
Também será aprovado durante a cúpula o projeto de ação do G20 para 2014, ano em que o grupo ficará sob o comando Austrália. A Rússia, por sua vez, ganhará a liderança do G8 e terá mais uma oportunidade de introduzir as suas prioridades, ajustes e recomendações na agenda mundial.
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