Kremlin lamenta decisão de Obama

Autoridades de Moscou estão decepcionadas com a decisão do presidente dos EUA, Barack Obama (esq.), de cancelar o futuro encontro com o presidente russo (dir.) durante a próxima cúpula do G20, em setembro Foto: Reuters

Autoridades de Moscou estão decepcionadas com a decisão do presidente dos EUA, Barack Obama (esq.), de cancelar o futuro encontro com o presidente russo (dir.) durante a próxima cúpula do G20, em setembro Foto: Reuters

Cancelamento do encontro bilateral que aconteceria em setembro impõe novas barreiras à difícil relação Rússia-EUA. Deputado acredita que EUA agiu “sob pressão”, mas sairá perdendo muito mais ao dificultar negociações.

O assessor do presidente, Iúri Uchakov, declarou à agência de notícias RIA Nóvosti que “as autoridades de Moscou estão decepcionadas” com a decisão do presidente dos EUA, Barack Obama, de cancelar o futuro encontro com o presidente russo durante a próxima cúpula do G20, em setembro.

“É evidente que essa decisão decorre da situação envolvendo [o ex-consultor da CIA] Edward Snowden, mas isso tudo não foi criado por nós”, ressaltou o assessor do presidente, ao afirmar que o convite a Obama para visitar Moscou continua válido.

No entanto, segundo Uchakov, a questão de Snowden demonstra que os EUA não estão preparados para construir um relacionamento em pé de igualdade com a Rússia.

“Durante muitos anos, os norte-americanos fugiram a um acordo bilateral sobre extradição e, quando lhes pedíamos que nos entregassem cidadãos que cometeram crimes na Rússia, deram sempre respostas negativas, evocando a inexistência de tal acordo”, disse o representante do Kremlin. “Esta questão ressalta que os EUA, hoje como outrora, não estão pront0s para solidificar relações de igualdade com a Rússia.”

Por outro lado, o primeiro vice-presidente do Comitê Internacional da Duma, Leonid Kaláchnikov, acredita que Obama cancelou o encontro para satisfazer os interesses dos círculos que dramatizam a questão, embora os norte-americanos serão os mais prejudicados com as consequências da resolução. “A atitude de Obama foi tomada sob pressão, da mesma forma quando assinou a lei Magnítski”, diz Kaláchnikov.

“Nossas relações com os EUA não nos oferecem grandes perspectivas”, acrescenta o deputado. Apesar de os Estados Unidos manterem conversações na área energética e sobre redução de armamentos, “isso não será possível sem nos sentarmos à mesa de negociações, e os norte-americanos vão sair perdendo mais do que todos nós”, conclui Kaláchnikov.

 

Publicado originalmente pela RIA Nóvosti

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