Brasília sedia ciclo de debates sobre setor público do Brics

O evento tem como objetivo selecionar o que há de positivo nas relações de trabalho de cada um dos países e proporcionar uma espécie de compartilhamento entre as nações Foto: Marcelo Carvalhaes

O evento tem como objetivo selecionar o que há de positivo nas relações de trabalho de cada um dos países e proporcionar uma espécie de compartilhamento entre as nações Foto: Marcelo Carvalhaes

Evento deve estimular interação entre os países para aprimoramento do setor com foco em desenvolvimento social, inovação tecnológica e sustentabilidade.

Brasília sediou nessa quinta-feira (8) a cerimônia de abertura do primeiro ciclo de debates sobre questões fundamentais do setor público nos países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

O evento tem como objetivo selecionar o que há de positivo nas relações de trabalho de cada um dos países e proporcionar uma espécie de compartilhamento entre as nações.

De acordo com o presidente da CSPB (Confederação dos Servidores Públicos do Brasil), João Domingos dos Santos, o espaço para debates permite que descompassos e desequilíbrios no processo de integração dos países do Brics sejam sanados.

“Apesar de informal, o Brics é um bloco econômico que tem grandes trocas comerciais. De forma paralela, Brasil e Rússia, por exemplo, têm trocas comerciais muito importantes no setor da alimentação, da carne, no setor de matérias-primas e minério de ferro. Mas não sabemos como estão os trabalhadores desses países nesse contexto. Então, queremos nesse primeiro estágio, construir uma agenda positiva de interação de interlocução e criar um calendário de eventos e projetos novos a cada ano”, explica Domingos.

O ministro conselheiro da embaixada da Rússia, Vladímir Tokmakov, ressalta a importância do evento e afirma que o primeiro ciclo de troca de experiências entre esses cinco países bem diferentes vai contribuir muito para um maior conhecimento da formação de todo o bloco.

Ministro conselheiro da embaixada da Rússia, Vladímir Tokmakov Foto: Marcelo Carvalhaes

“Sem conhecimento não se pode construir nada. Essa iniciativa me parece muito oportuna. Acredito que vai produzir resultados positivos”, diz.

Tokmakov preferiu não falar sobre os pontos em que Brasil e Rússia poderiam cooperar nesse setor.

Já o presidente da CSPB destacou que o Brasil tem muito a contribuir. Segundo ele, o país tem o movimento sindical mais desenvolvido dentro do Brics, um mesmo modelo consolidado há mais de 70 anos.

“Temos um modelo em que os trabalhadores, por meio de seus sindicatos, têm real poder de intervenção no país”, acredita.

Domingos cita o exemplo de Lula, que chegou à presidência após anos na liderança do movimento sindical.

Ele destaca ainda que o modelo brasileiro, apesar de ser muito atacado pelos países neoliberais, é o mais avançado do ponto de vista de proteção ao trabalhador. “Essas coisas talvez sejam as principais contribuições do Brasil”, destacou.

O secretário de relações do trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio Mendonça, representante da ministra Miriam Belchior, destaca a importância da iniciativa do ciclo de debates, realizado pela ISP (Internacional de Serviço Público) e coordenado pela CSPB.

Flávio Soares Damico do Ministério das Relações Exteriores e Ministro conselheiro da embaixada da Rússia, Vladímir Tokmakov Foto: Marcelo Carvalhaes

Segundo Mendonça, 40% da população mundial vive nesses cinco países, que têm grande importância geopolítica e peso econômico. Para ele, o evento se mostra importante pela experiência e diversidade de cada um desses países, exatamente pela riqueza que o intercâmbio de informações e interações dos trabalhadores pode proporcionar.

“Uma contribuição do serviço público para o desenvolvimento mundial com inclusão social, inovação tecnológica e sustentabilidade”, diz.

A cerimônia de abertura contou ainda com a presença de Flávio Soares Damico, representante do Ministério das Relações Exteriores, Rosa Pavanelli, secretária-geral da ISP Mundial, Edvaldo Pitanga, secretário da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), Paulo Pinto, secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Huang Qinguo, ministro da Embaixada da China e representantes sindicais da América Latina. 

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