Reclamações se voltaram contra gastos do governo brasileiro com a organização da Copa do Mundo de 2014 Foto: Reuters
Mesmo com o crescimento econômico e o grande volume de investimentos estrangeiros que o Brasil recebeu nos últimos anos, uma crescente insatisfação popular com diversos temas acabou levando milhões de brasileiros às ruas desde junho.
A pauta inicial das manifestações que tomaram conta do país, o aumento de R$ 0,20 da passagem de ônibus e metrô na cidade de São Paulo, acabou se expandindo e as reclamações também se voltaram contra gastos do governo com a organização da Copa do Mundo de 2014, que ocorrerá no Brasil .
“As principais pautas da agenda desses protestos giram em torno dos excessivos gastos com a construção de estádios para a Copa e do péssimo serviço público fornecido principalmente nos setores de saúde, educação e transporte coletivo, além da eterna luta contra a corrupção no país”, explica Gills Lopes, especialista em ciência política da Universidade Federal de Pernambuco.
A Rússia, que sediará a Copa em 2018, deve prestar atenção no desenvolvimento desses eventos pois provavelmente enfrentará os mesmos desafios nos próximos cinco anos, destaca Lopes.
"O Brasil é conhecido por ser o país do futebol e do carnaval. Mas também se torna notório internacionalmente por ser um dos países que mais arrecadam impostos em todo o mundo. Se não bastasse isso, segundo pesquisa com os 30 países com as mais elevadas cargas tributárias, o Brasil é o que propicia o pior retorno em bem-estar para seus cidadãos”, afirma Lopes.
Na Rússia, o dinheiro para construir e modernizar os estádios e centros de treinamento virá do orçamento federal, enquanto as autoridades locais serão responsáveis pela modernização da infraestrutura interna das cidades.
De acordo com o ministro de Esporte da Rússia, o país receberá cerca de um milhão de turistas em 2018.
Segundo uma das últimas pesquisas da agência de classificação de risco de crédito Standard & Poor's, apenas quatro regiões da Rússia serão capazes de financiar esses gastos sem ajuda externa: Moscou, São Petersburgo, Tatarstão e Krasnodar.
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