Kremlin vira centro dos países exportadores de gás

Cooperação entre os mercados mundiais de gás é tema-chave da reunião desta segunda-feira Foto: Ivan Rudnev \ RIA Nóvosti

Cooperação entre os mercados mundiais de gás é tema-chave da reunião desta segunda-feira Foto: Ivan Rudnev \ RIA Nóvosti

Moscou está sediando a segunda cúpula do Fórum de Países Exportadores de Gás, com a promessa de regularizar o acesso ao mercado mundial do produto.

Nesta segunda-feira (1), está acontecendo em Moscou a cúpula do Fórum dos Países Exportadores de Gás (GECF, na sigla em inglês). Chefes de Estado e ministros de Energia dos países exportadores estão reunidos no Kremlin para discutir questões relacionadas à estabilidade da oferta e demanda dos recursos energéticos.

Entre as questões centrais, o destaque fica com a regulamentação do acesso ao mercado mundial de gás, conforme sugeriu o representante oficial da Gazprom, Serguêi Kuprianov, antes da reunião.  “A Gazprom vem se deparando com  uma atitude tendenciosa em relação aos seus projetos na Europa. Estamos tentando provar que isso não levará a lugar algum porque estamos dispostos a investir em grandes projetos europeus”, destacou Kuprianov.

Sobre as comparações do GECF com a Opep, o representante da Gazprom explicou que “não é possível constituir um cartel no mercado gás”, já que os contratos de gás são bem definidos tanto em relação ao preço, quanto em relação à fórmula de fornecimento. “Nessas circunstâncias, não é possível  a fixação de cotas”, acrescentou.

Existem outros fatores que complicam a gestão do mercado do gás de acordo com o modelo estabelecido para o mercado do petróleo. Em primeiro lugar, uma parte significativa do gás extraído apresenta um custo inicial elevado. Além disso, o transporte de gás entre os mercados regionais é um empreendimento muito mais caro do que no caso do petróleo. Finalmente, as companhias importadoras de gás, frequentemente tornam-se coproprietárias das empresas de extração e transporte de gás nos países exportadores e, portanto, podem contar com uma cota garantida da produção.

Entre cavalos e acordos

Na noite desta segunda-feira, o Hipódromo de Moscou será palco de um evento esportivo de entretenimento, no qual Pútin promete conversar com os chefes das companhias de energia, que também estão em Moscou. A  “Corrida de Cavalo para o Prêmio do Presidente” está sendo realizado pelo 10o ano consecutivo em 2013. Antes, essas corridas eram sincronizadas com as cúpulas informais da Comunidade dos Estados Independentes.

Ao contrário ao final da primeira cúpula, realizada em Doha em novembro de 2011, desta vez esperam-se soluções mais significativas. Na primeira cúpula os participantes assinaram uma Declaração Final para manter o petróleo nos contratos de gás e reconhecer a responsabilidade dos países pela criação de condições favoráveis ao trânsito.

Na atual, planeja-se aprovar uma declaração que refletirá as prioridades básicas do GECF na esfera de cooperação entre os mercados mundiais de gás. A cúpula deve aprovar  a criação do Instituto de Pesquisa do Gás e do Banco de Desenvolvimento do Gás, ambos sob o comando do grupo.

Esta é a segunda reunião desde a criação do grupo, em 2008. O GECF é atualmente composto por 13 países-membros: Argélia, Bolívia, Venezuela, Egito, Irã, Líbia, Nigéria, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Omã, Rússia, Trinidad e Tobago e Guiné Equatorial. Iraque, Cazaquistão, Holanda e Noruega tem status de observadores.

Encontros paralelos

Nesta terça-feira (2), estão programadas reuniões bilaterais. De acordo com o assessor de Pútin, Iúri Uchakov, durante os dias de realização da cúpula o presidente russo tem a intenção de promover encontros bilaterais com alguns de seus colegas. Já está confirmada a participação do novo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que está de saída, do presidente da Bolívia, Evo Morales e do Primeiro-Ministro da Líbia, Ali Zeidan.

A propósito, de acordo com a informação da embaixada venezuelana,em Moscou, Maduro irá participar da cerimônia em que uma das ruas da capital russa receberá o nome de Hugo Chávez, em homenagem do ex-presidente venezuelano. Além disso, ele fará um discurso para os deputados da Duma de Estado da Federação Russa.

Na quinta-feira passada (27), soube-se que o Qatar seria representado na cúpula pelo ministro de Energia, Mohammed Al-Sada. O antigo Emir do Qatar, Hamad Bin Jasim Al-Thani, que era esperado em Moscou, anunciou oficialmente a transferência de poder para o príncipe herdeiro Tamim bin Hamad Al Thani. 

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