Pútin confirmou que Snowden está em um aeroporto de Moscou

Site de apoio Edward Snowden é divulgado na internet em Hong Kong Fonte: AP

Site de apoio Edward Snowden é divulgado na internet em Hong Kong Fonte: AP

Ex-consultor da CIA que divulgou informações secretas está em trânsito na Rússia, mas não recebe apoio do governo local. Autoridades americanas continuam exigindo a extradição de Snowden.

Na última terça-feira (25), o presidente russo Vladímir Pútin declarou que o ex-consultor da CIA Edward Snowden está em um aeroporto de Moscou. Snowden é procurado pelo governo americano por divulgar informações sobre um intensivo programa nacional para monitorar conversas telefônicas e por internet de milhões de cidadãos. 

 “Snowden chegou a Moscou, foi uma absoluta surpresa”, disse Pútin. No entanto, o presidente declarou que o ex-consultor da CIA não entrou no território da Rússia e se encontra em uma zona de passagem do aeroporto de Moscou. Ele não será extraditado, por não existir qualquer tratado sobre o assunto entre a Rússia e os EUA. 

O ex-consultor da CIA chegou a Moscou cidade no último domingo (23), após deixar Hong Kong. Na segunda-feira passada, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Caitlin Hayden, declarou que o governo americano espera que a Rússia extradite o delator aos Estados Unidos. 

“Snowden é um homem livre, tem todo o direito de comprar passagens e escolher ir para o lugar que quiser. Quanto mais rápido ele escolher seu destino final, melhor será para nós e para ele”, acrescentou Pútin. 

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguêi Lavrov, afirmou que a Rússia não pode extraditar Snowden, porque ele oficialmente não entrou no território russo. “Gostaria de sublinhar que a Rússia não tem nada a ver nem com Snowden ou com as relações dele com a justiça americana nem com seus movimentos as redor do mundo. Ele não atravessou a fronteira com a Rússia”, explicou Lavrov. 

“[O fundador do WikiLeaks] Julian Assange, bem como Edward Snowden, se consideram defensores de direitos humanos, lutam pela divulgação de informações.  Pergunte a si mesmo: vale a pena extraditar essas pessoas para a cadeia? Preferiria não intervir nessas questões”, completou Pútin nesta terça-feira. “Espero isso não prejudique as relações comerciais com os EUA. Os serviços segredos russos não entraram em contato com Snowden nem vão entrar.”

O defensor dos direitos humanos, Vladímir Lukin, afirma que os Estados Unidos não tem o direito de exigir detenção de Snowden. “Os americanos não podem exigir nada. Podemos extraditá-lo ou se recusar, essa decisão não pode ser influenciada por atores externos”, disse Lukin. 

O primeiro vice-presidente do Centro de Tecnologias Políticas, Aleksêi Makárkin, acredita que a história com Snowden não vai piorar as relações já complicadas entre Moscou e Washington. No entanto, analista político acrescenta que esse caso pode por fim à política de reinício das relações bilaterais. 

 

Com informações da Gazeta.ru, Interfax, Ria Nóvosti, Lenta.ru

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