Diplomatas russos temem novo movimento anti-Síria

Confronto armado entre entre as autoridades e a oposição na Síria teve início em março de 2011 Foto: AP

Confronto armado entre entre as autoridades e a oposição na Síria teve início em março de 2011 Foto: AP

Em documento oficial, autoridades demonstraram preocupação com ataques israelenses e agravamento da situação no país árabe, onde confronto armado entre as autoridades e a oposição já se estende por mais de dois anos.

Em um comunicado do porta-voz oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Aleksandr Lukachevitch, publicado no último dia 6, o governo russo declarou ter analisado todas as circunstâncias que cercam as notícias alarmantes sobre os relatos de ataques aéreos feitos por Israel nos dias 3 e 5 de maio.

“A pressão constante de um confronto armado tem aumentado dramaticamente os riscos de criar focos de tensão, da  República de Árabe Síria (SAR), como também do Líbano, e ainda de desestabilizar a situação que permanece por enquanto relativamente calma na fronteira entre Israel e Líbano”, diz o documento.

Os meios de comunicação internacionais informaram que a força aérea israelense lançou uma série de ataques a alvos estratégicos na Síria, incluindo depósitos de munição, bases de defesa antiaérea e centro militar em Damasco. “Os ataques aéreos israelenses tornaram-se a maior intervenção estrangeira no conflito sírio, que já dura dois anos”, observou o jornal russo Kommersant.

Entretanto, fontes israelenses rebateram que a finalidade da operação era destruir mísseis iranianos de grande precisão destinados para o grupo xiita libanês Hezbollah.

No mesmo documento, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia chamou atenção também para a possível utilização de armas químicas na Síria, bem como para a formação de um “movimento anti-Síria” nos últimos dias. “Surgiu uma quantidade especialmente grande de debates em torno do tema da utilização de armas químicas contra as forças governamentais e combatentes da oposição”, acrescenta o comunicado.

“Nesse contexto, chama atenção sobre si a declaração de membro da Comissão Independente Internacional de Inquérito sobre violações de direitos humanos na Síria, Carla del Ponte, que apontou a existência de dados com especialistas das Nações Unidas que provam a possível utilização de arma química, em especial de gás sarin pelos oposicionistas, e não pelas forças do governo”, disse Lukachevitch.

O diplomata russo também demonstrou preocupação em relação aos “sinais de preparo para uma possível intervenção estrangeira no prolongado conflito sírio”, pedindo pelo fim da politização desse assunto e o estímulo a uma “atmosfera anti-Síria”. Para tanto, foi novamente reforçada a importância de respeitar as disposições do acordo de Genebra, assinado em junho de 2012.

“Não se pode permitir a internacionalização desse conflito interno extremamente perigoso e destrutivo. Pelo contrário, deve ser feito um esforço decisivo com o objetivo de assumir um curso pacífico”, destaca o comunicado do ministério russo.

O confronto armado entre as autoridades e a oposição da Síria vem se desenrolando desde março de 2011.  A oposição exige a renúncia do presidente Bashar Al-Assad, acusando-o de crimes contra a população civil. Por outro lado, o jornal “Damasco Oficial” afirma que, sob o pretexto de slogans democráticos, atuam no país gangues de terroristas armados e apoiados por grupos radicais islâmicos estrangeiros.

Com material dos veículos RBC e Kommersant

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