Foto: Reuters
A Rússia e os EUA reafirmaram que farão o possível para que governo e oposição síria iniciem um diálogo. O anúncio foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguêi Lavrov, após a reunião com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, em Berlim na última terça-feira (26).
"Quanto à Síria, o mais importante é que reiteramos ser inadmissível que a violência continue e nossa determinação de fazer tudo o que dependa da Rússia e dos EUA para criar um cenário favorável ao início do diálogo entre governo e oposição síria o mais breve possível", disse Lavrov.
"Ninguém, senão os sírios, conseguirá resolver seus problemas. Mas, para que as partes comecem a buscar uma solução, é preciso que elas se sentem à mesa de negociações", completou o ministro russo.
A adoção de crianças russas por cidadãos dos Estados Unidos foi outro assunto tratado na reunião. "John Kerry admitiu que o problema existe e garantiu que tomará todas as medidas necessárias para que o assunto seja transparente e acessível para nosso acompanhamento", disse Lavrov.
Na última segunda-feira (25), a Justiça russa abriu um processo criminal sobre a morte do menino Anton Fomin, de 9 anos, nos EUA. Anton emigrou para os EUA com seus pais em 2005. Em 2008, quando seu pai morreu de câncer e sua mãe se viu incapaz de continuar a cuidar do menino por motivo de saúde, ele foi colocado sob os cuidados de um casal norte-americano. Fomin morreu asfixiado durante um incêndio na casa dos pais adotivos. A investigação norte-americana não encontrou qualquer evidência que ligasse o casal à morte do menino e encerrou o caso.
O comprometimento do secretário norte-americano foi bem recebido por Lavrov. "Vamos tentar fazer com que essas palavras [do secretário de Estado] tornem-se ações na prática", acrescentou o ministro russo.
O tema da defesa antimíssil também esteve na pauta. O ministro russo refutou a notícia de que Barack Obama e Vladímir Pútin iriam trocar declarações políticas para sair de um impasse sobre o escudo antimíssil. Divulgada às vésperas do encontro pelo jornal russo Kommersant, a notícia afirmava que as declarações teriam como objetivo garantir que os dois países não usariam seus arsenais nucleares um contra o outro.
"Apresentamos nossa posição, quer no âmbito da OSCE [Organização para a Segurança e Cooperação na Europa], quer no âmbito do Conselho Rússia-Otan, de que iríamos garantir uma segurança unitária e que nenhum de nós iria priorizar sua segurança em detrimento da segurança dos outros", declarou o ministro.
Mesmo assim, Moscou continua a acreditar que o sistema de defesa antimíssil da Otan "será um desafio” para a segurança russa, como declarou Lavrov.
"Não conseguimos chegar a um acordo quanto a um sistema conjunto, como proposto pela Rússia ainda em 2007, durante visita do presidente Pútin aos EUA. Assim, não é sobre declarações que devemos falar, mas sobre garantias verificáveis, por meio de critérios técnico-militares, de que esse sistema não será apontado contra o arsenal nuclear russo", disse o chefe da diplomacia russa.
Reportagem combinada com materiais dos veículos Ria-Nóvosti, Gazeta.Ru e Vzgliad.
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