Foto: Ricardo Marquina Montañana
O ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, esteve em Moscou neste fim de semana para a reunião ministerial do G20, que reuniu altos funcionários, ministros e presidentes dos bancos centrais dos países do grupo.
Um dos temas mais discutidos no encontro foi a guerra cambial que vem tirando o sossego dos países emergentes, sobretudo aqueles que fazem parte do Brics, como Brasil e Rússia. “Ninguém admite que haja uma guerra cambial, o que ocorre são conflitos a partir de flutuações. Também discutimos a recuperação da economia mundial e chegou-se a um consenso de que houve uma melhora nessa área”, acrescentou o ministro.
A guerra cambial leva os países desenvolvidos a injetar trilhões de dólares e desvalorizar suas moedas para incentivar a recuperação econômica e fugir da crise financeira que vem afetando a economia mundial desde 2008. Porém, essa desvalorização provoca pressão sobre o câmbio e valoriza a moeda de países emergentes, atrapalhando as negociações internacionais.
“Na próxima reunião do grupo, o Fundo Monetário Internacional vai nos trazer um relatório sobre liquidez internacional, política monetária e suas consequências sobre taxas de câmbio em vários países”, acrescentou Mantega.
O ministro também disse não acreditar que os países desenvolvidos não saiam tão cedo da crise e que ainda continuarão a apresentar baixo crescimento ao longo de vários anos. Ainda assim, Mantega admitiu que o mercado hoje está mais estável, permitindo que os capitais voltem a movimentar e financiar a economia.
“A
movimentação da economia deverá ocorrer em 2013, e há expectativa de
retomada do crescimento da economia europeia no segundo semestre deste
ano”, disse o ministro. “Para o Brasil, a implicação disso é o aumento da
confiança na superação de alguns problemas.”
Outro tema bastante discutido na reunião foi a politica monetária expansionista
do Japão para defender sua moeda. Apesar das preocupações em torno da questão,
nenhum dos países do grupo censurou as medidas adotadas pelos japoneses, já que
qualquer um deles poderia assumir a mesma posição no caso de recuperação da
economia e risco de deflação.
Mantega acredita que os saldos da recente cúpula foram positivos, na medida em
que foram abordados os assuntos de maior incômodo para os países emergentes.
“Fiquei satisfeito com a discussão sobre a guerra cambial, que ocupou mais da
metade da reunião”, arrematou o ministro.
A próxima reunião do G20 acontecerá na Rússia em setembro deste ano.
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