Foto: Reuters
Na segunda-feira passada (11), o mundo amanheceu com a notícia surpreendente de que o Papa Bento XVI iria renunciar por motivos de saúde, deixando o cargo no próximo dia 28. A última vez que um chefe da Igreja Católica havia renunciado aconteceu em 1415.
O diretor do
Departamento de Relações Internacionais do Patriarcado de Moscou,
metropolita Hilarion, definiu a decisão como um “ato de uma grande
coragem e humildade”.
Fontes do jornal “Kommersant” no Vaticano apontam como favoritos três cardeais: o arcebispo de Tegucigalpa, Oscar Rodriguez Maradiaga, 70; o ex-arcebispo de Quebec, Marc Ouellet, 68; e o arcebispo de Milão e famoso teólogo, Angelo Scola, 71. Os outros dois nomes que fecham a lista de favoritos para o posto são o ganês Pedro Tarksona, 65, e o nigeriano Francis Arinze, 80. Especialistas em assuntos religiosos acreditam que o próximo Papa será de origem africana ou italiana. “O Vaticano quer há muito tempo tornar Papa um dos cardeais de países em desenvolvimento, de preferência de um país africano”, disse em entrevista à Gazeta.ru o cientista do Centro de Estudos sobre a Europa Oriental junto à Universidade de Bremen, Nikolai Mitrokhin. Segundo ele, os “círculos liberais do Vaticano defendem a iniciativa pelo sucesso das atividades missionárias da Igreja Católica nessa região”, enquanto a sugestão de eleger um cardeal italiano é apoiada pela ala conservadora da instituição.Novo papa
“Nos últimos anos, a Igreja Católica tem enfrentado muitos desafios e precisa de novos impulsos. Esse cargo demanda um trabalho ativo e talvez tenha sido isso que levou Bento XVI a dar lugar a um sacerdote mais jovem e dinâmico”, disse o metropolita em entrevista à agência ITAR-TASS.
O metropolita Hilarion acrescentou que o Papa Bento XVI goza de grande respeito na comunidade cristã. “Ele é um grande teólogo e conhece muito bem a tradição da Igreja Ortodoxa, razão pela qual conseguiu manter as relações entre as instituições.”
Os laços entre o Vaticano e a Igreja Ortodoxa Russa vão depender em grande parte da pessoa que for eleita para assumir a posição máxima da Igreja Católica Romana, segundo o secretário do Departamento de Relações Exteriores do Patriarcado de Moscou, arcipreste Dmítri Sizonenko.
“Na época de Bento XVI, as relações entre as duas Igrejas se elevaram a um novo patamar. Ao contrário de seu antecessor, Bento XVI conduzia uma política mais flexível em relação à Igreja Ortodoxa”, adiantou o religioso citado pelo jornal “Kommersant”.
“Esperamos que, com o sucessor de Bento XVI, as relações entre as duas igrejas mantenham sua dinâmica positiva”, completou Sizonenko.
O nome do próximo Papa deve ser anunciado antes da Páscoa católica, em 31 de março.
Com informações dos veículos Kommersant, Gazeta.ru e ITAR-TASS
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