Ministério do Exterior cria centro de assistência a cidadãos em situação de crise no exterior

Ministro das Relações Exteriores da Rússia. Foto: AFP

Ministro das Relações Exteriores da Rússia. Foto: AFP

Centro, que deve contar com 50 funcionários, oferecerá, entre outras coisas, atendimento telefônico 24 horas por dia.

Problemas de cidadãos russos em apuros no exterior serão tratados por um centro de assistência criado de acordo com um decreto presidencial de 1º de janeiro. O centro deve estar em pleno funcionamento até o verão.

"A necessidade de criar o dentro foi imposta pela instabilidade da situação global e regional, pela ameaça de crise crescente, assim como pelo aumento de visitas de cidadãos russos ao exterior", disse aos repórteres o porta-voz da diplomacia russa, Aleksandr Lukachevich.

O responsável lembrou que a diplomacia russa apontou a necessidade de se criar uma estrutura semelhante já em 2007.

Segundo ele, o centro "será uma estrutura de prontidão e reação rápida a todos os tipos de situações de crise e de emergência no exterior, dos desastres naturais e de origem tecnológica aos conflitos locais e internos".

"Devemos ter a possibilidade de informar oportunamente nossos concidadãos de que no país onde ele se encontra foi decretado estado de emergência e que eles devem deixá-lo tão logo que seja possível", disse o diretor do centro, Dmítri Kazimirov.

"Além disso, um cidadão russo deve ter a possibilidade de ligar a qualquer momento à missão diplomática russa no país onde ele se encontra", completou.

Segundo o jornal “Izvéstia”, as missões diplomáticas russas no exterior estão sobrecarregadas de trabalho: o número de funcionários se mantém inalterado, enquanto o número de russos no exterior cresceu várias vezes.

Devido à rotação constante de pessoal no Ministério das Relações Exteriores, praticamente não há profissionais experientes em organizar corretamente a retirada de cidadãos russos de um país em caso de emergência.

Cada novo funcionário encarregado de tratar desse assunto tem de começar tudo do zero. Com a criação do centro, a situação deve mudar.

Estrutura

Espera-se que o centro conte com 50 funcionários, inclusive diplomatas de carreira e pessoal de apoio, com uma linha telefônica aberta com atendimento telefônico 24 horas por dia e um portal de internet especial. 

Além disso, o centro pretende adquirir um aplicativo para smartphones com os sistemas operacionais Android, Windows e iOS, que estará disponível para baixar no site oficial do Ministério das Relações Exteriores.

Segundo Kazimirov, também será organizado um sistema de aviso pelo envio de SMS e mensagens via internet.

O centro terá cooperação com empresas de seguro e de turismo e companhias russas com bens imóveis ou pessoal no exterior.

"Como esse é um mecanismo completamente novo, sua criação e instalação levará tempo. Os demais elementos serão colocados em operação à medida que forem sendo criados", disse o porta-voz da diplomacia russa. 

Nesse momento, o centro funciona como pessoa jurídica e deve assumir plenas funções até o verão, disse Kazimirov.

A Associação Russa de Indústria de Viagens e Turismo reagiu favoravelmente à iniciativa.

"É necessário não só criar um centro que colete informações e mantenha contatos com outras entidades, mas é preciso também que, nos destinos turísticos mais cobiçados, como Egito, China e Turquia, as missões diplomáticas tenham reforço de pessoal e financiamento adicional, porque o principal trabalho será, de qualquer maneira, executado pelos funcionários das missões diplomáticas no exterior", disse em entrevista ao “Izvéstia” o vice-presidente da Arivt, Iúri Barzíkhin.

O vice-chanceler russo, Grigóri Karassin, disse que o centro permitirá também aos russos se sentirem mais protegidos no exterior.

"O cidadão russo deve se sentir protegido pelo Estado no exterior. Esse é nosso objetivo", disse o vice-chanceler durante um almoço de negócios na sede do jornal “Rossiskaia Gazeta”.

 

Reportagem combinada com materiais dos veículos Izvéstia, Vesti e RIA Nóvosti. 

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