Roberto Azevedo Foto: Divulgação
Em dezembro do ano passado, a OMC deu inicio ao prazo de candidatura para o cargo de diretor geral da organização. Nove candidatos de países diversos, como Brasil, México, Costa Rica, Gana, Quênia, Coreia do Sul, Indonésia, Nova Zelândia e Jordânia, participam da disputa pelo cargo com duração de quatro anos e possibilidade de reeleição.
“Minha candidatura foi muito bem recebida na região [da América Latina] e vários paises já se comprometeram a apoiar o Brasil”, disse o embaixador brasileiro Roberto Azevedo.
“Nunca houve tentativa de reunir apoio regional e os paises da América Latina têm liberdade para apoiar quem considerem mais conveniente à OMC, mas até agora estamos muito satisfeitos com o suporte recebido dos países latino-americanos.”
Os principais objetivos do embaixador brasileiro, caso eleito, serão destravar e estabilizar a Rodada Doha, bem como trabalhar em projetos relacionados à energia, comércio, meio-ambiente e investimentos. Azevedo também demonstrou disposição em estimular a agricultura nos países pobres da África.
“Se a Rodada Doha for efetivamente destravada, a área agrícola será um dos vetores importantes nas negociações. A Rússia, como um país em ascensão, receberá tratamento diferenciado na organização”, acrescenta o diplomata.
O processo de seleção para o cargo de diretor geral da OMC acontecerá entre os dias 1° de abril e 31 de maio, período em que serão realizadas sucessivas rodadas de consulta aos membros.
Relação Brasil-Rússia
A Rússia, que está no comando do G20 durante este ano, foi uma das últimas grandes potências econômicas mundiais a entrar na OMC, no ano passado. Tanto a Rússia como o Brasil são países de economia crescente e vêm conquistado o cenário mundial através de suas atuações em grupos internacionais, como Brics e G20.
“A união dos dois países representa um fator importante no processo decisório e na definição de conceitos para a governança global”, declarou Azevedo.
Quanto às transações comerciais entre os países, um dos temas mais discutidos no âmbito do Brics é o sistema de pagamentos em moedas nacionais.
“Há tentativa de avançar com mecanismos que permitam a compensação direta entre transações com as duas moedas”, comentou o diplomata. No entanto, o maior desafio, segundo ele, não está na capacidade de os dois governos estabelecerem mecanismos de compensação, mas se deve à cultura empresarial. “As empresas privadas tendem a usar moedas tradicionais no fechamento de contratos”, acrescenta.
“A tendência é que, uma vez familiarizadas com mecanismos não tradicionais, o seu uso seja cada vez maior”, arremata Azevedo.
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