Brasil está interessado em sistema antiaéreo russo

Foto: RIA Nóvosti

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De acordo com o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Brasil, general José Carlos de Nardi, as Forças Armadas do Brasil estão interessadas não só em comprar três baterias Pansir-S1 (de 12 a 18 veículos) e duas baterias do sistema Igla, mas também em receber a tecnologia de sua produção e em construir, no Brasil, uma fábrica para sua montagem no futuro.

O chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Brasil, general José Carlos de Nardi, anunciou que o país planeja comprar da Rússia duas baterias de sistema de mísseis antiaéreos portáteis Igla e três baterias de sistemas de defesa antiaérea Pansir-S1.

Segundo fontes consultadas pelo “Kommersant”, os dois países estão discutindo detalhes técnicos e o esquema de cumprimento do contrato.

Conforme informações obtidas pelo jornal, a Rússia promete entregar ao Brasil licenças para a montagem dos sistemas no país.

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O contrato, caso venha a ser fechado, poderá render à Rússia mais de US$ 1 bilhão, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto.

Segundo De Nardi, a proposta será, em breve, encaminhada para apreciação e aprovação da presidente do país, Dilma Rousseff. Ele também disse que as negociações sobre esse contrato serão realizadas durante visita do premiê russo, Dmítri Medvedev, ao Brasil, no final de fevereiro.

Segundo informações obtidas pelo “Kommersant”, a questão da compra de sistemas de defesa antiaérea Pansir-S1 e Igla foi levantada por De Nardi durante as conversas com seu par russo, Valéri Guerássimov, no último dia 23, em Moscou.

"Os militares brasileiros se interessaram pelas características do sistema Pansir-S1, suas condições operacionais e o custo de seu reparo", disse a fonte do Estado-Maior russo.

"Dissemos ao lado brasileiro que não havíamos recebido de nossas Forças Armadas nenhuma reclamação contra esses sistemas", completou a fonte.

Segundo uma fonte da Rosoboronexport, a única exportadora autorizada de armas e equipamentos militares do país, a empresa aconselhou os brasileiros a também prestar atenção aos sistemas antiaéreos Tor-M2E.

No entanto, o lado brasileiro disse se interessava mais pelos sistemas Pansir-S1, que lhe haviam sido recomendados pelos militares russos, e que não iria examinar outras propostas.

"O acordo de transferência de tecnologia de montagem é um passo mutuamente vantajoso. Assim que o Brasil tiver a oportunidade de produzir, sob licença, sistemas Pansir-S1, ele não vai precisar abrir uma licitação internacional para a compra de sistemas de defesa antiaérea estrangeiros, como manda a legislação, porque os sistemas montados localmente serão considerados produtos de fabricação nacional. Já o lado russo irá receber seu dinheiro sem qualquer concorrência por parte de outros países",  disse uma fonte próxima do sistema de cooperação técnico-militar russa consultada pelo “Kommersant”.

A fonte disse também que esse esquema poderia ser aplicado a outros produtos militares russos.

"A situação no mercado de armas é tal que a prática de licitações está em extinção. Muitos clientes só se dispõem a cooperar no âmbito de uma produção conjunta. Não podemos fechar os olhos para essa tendência."

"Usando esse esquema de cooperação, a Rússia obtém a oportunidade de promover de forma mais ativa seus produtos no mercado brasileiro, e o Brasil, a de desenvolver sua indústria armamentista", acredita o diretor da revista Exportações de Armas, Amdrêi Frolov.

"A Rússia deve propor ao Brasil produzir conjuntamente não só os sistemas Pansir, mas também aviões de caça para evitar problemas em termos de sua promoção na região", afirma o especialista do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias, Konstantin Makienko.

 

Publicado originalmente pelo Kommersant 

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