Na Antiga Rus, os eslavos acreditavam que quanto mais alto fossem o choro e o lamento em um funeral, mais rápido a alma do falecido encontraria a paz. Com isso, “enlutados profissionais” eram convidados aos funerais para ajudar a expressar a tristeza da família do falecido.
Essas pessoas também eram convidadas para velórios e outras cerimônias de luto. Tanto camponeses quanto reis usavam tais serviços.
Curiosamente, apenas mulheres eram empregadas para a profissão: acreditava-se que elas eram melhores em expressar emoções e tinham mais capacidade de simpatizar com os entes da pessoa morta. Um grupo de enlutados cantava poemas ou músicas em turnos ou com vozes diferentes.
Em alguns casos, o ritual também era realizado quando havia uma importante mudança de status: por exemplo, ao ver um filho indo para o exército ou no casamento de uma filha. Por vezes, o choro ritual também era ouvido durante acidentes – incêndios ou desastres naturais.
A igreja considerava esses ritos pagãos, por isso, eles foram oficialmente proibidos por Pedro, o Grande. No entanto, a tradição sobreviveu em algumas aldeias até os dias de hoje.
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