Na Antiga Rus, os eslavos acreditavam que quanto mais alto fossem o choro e o lamento em um funeral, mais rápido a alma do falecido encontraria a paz. Com isso, “enlutados profissionais” eram convidados aos funerais para ajudar a expressar a tristeza da família do falecido.
Viktor Vasnetsov. ‘Trizna (Luto) por Oleg’, 1899. Pessoas de luto após a morte de Oleg de Nôvgorod (também chamado de Oleg de Kiev)
Víktor VasntessovEssas pessoas também eram convidadas para velórios e outras cerimônias de luto. Tanto camponeses quanto reis usavam tais serviços.
Curiosamente, apenas mulheres eram empregadas para a profissão: acreditava-se que elas eram melhores em expressar emoções e tinham mais capacidade de simpatizar com os entes da pessoa morta. Um grupo de enlutados cantava poemas ou músicas em turnos ou com vozes diferentes.
Lamento de Iaroslavna, Vassíli Perov, 1881
Vassíli PerovEm alguns casos, o ritual também era realizado quando havia uma importante mudança de status: por exemplo, ao ver um filho indo para o exército ou no casamento de uma filha. Por vezes, o choro ritual também era ouvido durante acidentes – incêndios ou desastres naturais.
Morte do tsar Fiódor Alekseievitch, por Klávdi Lébedev, 1897
Klávdi Lébedev/Galeria TretiakovA igreja considerava esses ritos pagãos, por isso, eles foram oficialmente proibidos por Pedro, o Grande. No entanto, a tradição sobreviveu em algumas aldeias até os dias de hoje.
Vista do salão funerário de Pedro, o Grande. Gravura de A. I. Rostovtsev
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