A biografia de Yashin é lendária: foi 11 vezes melhor goleiro da URSS, pentacampeão da União Soviética e três vezes vencedor da Copa da URSS. Mas, em 1962, ele considerou seriamente encerrar sua carreira esportiva. Mais tarde, na Copa do Mundo, Yashin sofreu sete gols em quatro partidas. Depois de perder as quartas de final para o Chile, a seleção soviética voltou para casa. Os torcedores chateados culpavam Yashin pela derrota.
Recebeu cartas com agressões, quebraram as janelas do apartamento onde ele morava e disseram que era hora de ele deixar o futebol. Cada aparição no campo era acompanhada de assobios e insultos. Ninguém suspeitava que, naquela partida malfadada, Lev Yashin havia jogado com uma concussão, após ser atingido na cabeça pela bola logo no início do jogo.
Um ano depois, porém, Yashin levou o Dínamo de Moscou à vitória no campeonato de Toda a União — em 27 partidas, ele sofreu apenas seis gols. Na época, também jogou pela seleção mundial em uma partida dedicada ao centenário do futebol no Estádio de Wembley, em Londres. Junto com ele entraram em campo Eusébio, Denis Law, Alfredo Di Stefano e Francisco Hento. O goleiro soviético não sofreu nenhum gol.
A imprensa ocidental ficou extasiada: “Não é à toa que Yashin é chamado de ‘polvo’!”; “Sua agilidade é excelente, e sua coragem é simplesmente incrível!” foram manchetes. O goleiro inglês Gordon Banks admitiu: “Bastou metade do tempo em campo com ele para perceber que tínhamos um gênio pela frente”.
Pouco depois, Yashin participou das oitavas de final das qualificatórias para o Campeonato Europeu – após a partida, os jogadores italianos começaram a chamar o goleiro soviético de nada menos que “o diabo”.
Quando chegou a hora de escolher o melhor jogador europeu de 1963, o júri (composto por 21 jornalistas esportivos de países-membros da UEFA) nomeou Lev Yashin. Ele continua sendo até hoje o único goleiro a ganhar este prêmio. Em 2020, a ‘France Football’ o reconheceu como o melhor goleiro da história.
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