Yoshiko fez sua estreia nos palcos aos 17 anos. Em 1923, começou a atuar em filmes, inclusive dos diretores Kenji Mizoguchi e Yasujiro Ozu.
Yoshiko Okada e Michiko Oikawa em “Aibu”, dirigido por Heinosuke Gosho, 1933.
Domínio públicoEm 1936, Yoshiko conheceu o diretor Ryokichi Sugimoto e esse encontro mudou a sua vida para sempre.
Ryokichi Sugimoto.
Domínio públicoSugimoto era membro do Partido Comunista, traduzia literatura soviética para o japonês e ensinava atuação, enfatizando os métodos do teatro russo. Ele convenceu Okada a ir para a URSS para aprender uma nova linguagem teatral, livre de resquícios burgueses, com o diretor Vsevolod Meyerhold.
Takeshi Sakamoto e Yoshiko Okada em “Tōkyō no yado”, 1935.
Domínio públicoEm janeiro de 1938, os dois chegaram à ilha Sacalina, cuja parte sul pertencia então ao Japão. Segundo a versão oficial, com um programa de concertos. Poucos dias depois, enquanto andavam de trenó ao longo da fronteira, eles de repente pularam e correram em direção ao território soviético.
Yoshiko Okada após a prisão, 1938.
Domínio públicoMas a terra dos sonhos os recebeu de forma hostil. Os amantes foram presos e nunca mais se viram. Um ano e meio depois, Sugimoto foi executado, enquanto Okada acabou sendo condenada a 10 anos de prisão por acusação de espionagem. Ela foi libertada em 1947 — assim começou a nova vida da atriz.
Yoshiko trabalhou por muitos anos como locutora na rádio de Moscou, apresentando programas que eram transmitidos para o Japão. Nele, falava a seus ex-compatriotas sobre a literatura russa. Também não se esqueceu do teatro: formou-se no departamento de direção da Universidade Russa de Artes Teatrais (GITIS) e trabalhou no Teatro Maiakóvski. Junto com Boris Buneev, dirigiu o filme ‘10.000 Boys’ (1962).
Quando ela retornou ao Japão em 1972, foi recebida como uma superestrela. Em sua terra natal, ela encenou “Talentos e Fãs” de Ostróvski no teatro e atuou em filmes. E depois voltou à União Soviética. Ela disse sentir falta da URSS quando estava no Japão e vice-versa. Foi somente no final da década de 1980 que ela soube do destino de Sugimoto e que seu testemunho foi usado para acusar Meyerhold de espionagem para os japoneses.
O Artista do Povo da URSS Aleksêi Gribov e a atriz japonesa Okada Yoshiko no estúdio da Rádio de Moscou.
Akira Seita/SputnikYoshiko Okada passou quase 54 anos na União Soviética e faleceu em 1992. As cinzas da atriz estão depositadas em um cemitério em Tóquio.
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