Como um arranha-céu stalinista foi parar na capital da Polônia?

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Os moradores de Varsóvia consideram este edifício um dos símbolos da cidade. Até 2021, o Palácio da Cultura e Ciência, com 237 metros, era o mais alto do país.

A ideia da construção partiu pessoalmente de Ióssif Stálin e foi anunciada pela primeira vez em 1951. Após a Segunda Guerra Mundial, a República Popular da Polônia tornou-se aliada da União Soviética. Moscou também participou ativamente da reconstrução da Varsóvia arrasada (bem como de outras cidades polonesas) — daí a decisão de doar um edifício monumental, que também tinha um importante significado ideológico. O projeto foi feito por Lev Rudnev, um dos coautores do edifício principal da Universidade Estatal de Moscou, na Colinas das Andorinhas. Não é por acaso que o Palácio de Varsóvia se assemelha tanto a este arranha-céu stalinista em particular.

O acordo entre a Polônia e a URSS acerca da construção do “presente” foi assinado em 5 de abril de 1952, e as obras começaram em 1º de maio. Três mil e quinhentos trabalhadores soviéticos chegaram a Varsóvia e foram alojados em uma área especialmente construída. Além deles, também foram empregados 4.000 poloneses. Todas as despesas com materiais foram pagas pela União Soviética. Por exemplo, a fachada possui revestimentos cerâmicos feitos sob encomenda especial em uma fábrica dos Urais. Engenheiros soviéticos também supervisionaram o trabalho. Apesar de o arranha-céu ter sido projetado conforme os cânones da arquitetura stalinista, alguns elementos aludem a monumentos arquitetônicos poloneses; por exemplo, o topo da torre do relógio lembra a torre da Câmara Municipal de Cracóvia.

Pouco antes da inauguração oficial, o secretário-geral soviético Nikita Khruschov e o primeiro-ministro indiano Jawaharlal Nehru, acompanhado de sua filha Indira Gandhi, visitaram o edifício. A cerimônia de abertura do palácio aconteceu oficialmente em 22 de julho de 1955.

O edifício tem 46 andares, incluindo dois subterrâneos. Possui um total de 3.288 quartos em seu interior. Já foi sede do Centro de Amizade Polaco-Soviético, do Instituto de Ciências Sociais, bem como de redações de editoras de clássicos marxistas-leninistas. Atualmente abriga museus, teatros e instituições de ensino; uma sala de cinema e uma piscina, além de uma sala de cerimônias com quase 3.000 lugares. No 30º andar, a 114 metros do solo, existe um mirante. Em fevereiro de 2007, o Palácio da Cultura e Ciência foi incluído no registro oficial de monumentos arquitetônicos tombados. Aliás, é o único exemplar sobrevivente de arquitetura socialista na capital polaca.

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