O maníaco mais jovem da história da Rússia

História
BORIS EGOROV
Os crimes de Vladimir Vinnichevsky eram tão horríveis que seus pais o deserdaram e exigiram que ele fosse fuzilado.

‘O monstro dos montes Urais’

Aos quinze anos, o estudante Vladímir Vinnitchêvski, da cidade de Sverdlovsk (hoje Iekaterinburgo),  cometeu seu primeiro assassinato, no verão de 1938. Após entrar no pátio do prédio onde brincava Guerta Gribánova, de três anos, ele a estrangulou, bateu-lhe várias vezes com uma faca e, depois de a estuprar, escondeu-a entre os arbustos. Quando o corpo de Guerta foi encontrado e levado para a rua, Vinnitchêvski ficou calmamente no meio da multidão de espectadores e observou o que estava acontecendo.

Sentindo sua impunidade, o maníaco realizou 18 ataques a crianças, tanto na cidade de Sverdlovsk quanto em outras da região. Ele atraía suas vítimas com doces e as levava para lugares desertos, onde as matava e estuprava. Após isso, ele escondia os cadáveres sob a neve ou folhas.

Dez vítimas conseguiram sobreviver aos ataques, entre elas, Nina Pleshcheyeva, de quatro anos, escondida pelo maníaco em um palheiro, e Ália Gúbina, de dois anos, que foi salva pelos médicos da terrível facada no estômago. Vinnitchêvski roubou um trenó em que estava Boris Titov, de quatro anos, em uma rua, à noite, quase na frente de sua mãe. A polícia, que chegou ao local milagrosamente, ouviu o fraco gemido do menino sob neve.

Toda a cidade estava aterrorizada. Temendo o "Monstro dos montes Urais", os pais nunca deixavam seus filhos desacompanhados.

O fim do maníaco

Todas as forças da polícia da cidade foram mobilizadas em busca do jovem maníaco. Todo homem acompanhado por criança despertava suspeitas. No entanto, ninguém poderia ter pensado que um adolescente estava por trás dos crimes.

Em 24 de outubro de 1939, Ivan Popov, um cadete da escola de polícia de Sverdlovsk, viu um adolescente conduzindo um menino em direção à floresta. Junto com dois colegas de classe, o futuro policial seguiu o adolescente e a criança. Eles pegaram o maníaco quando ele já havia começado a estrangular Slava Volkov, de três anos.

O pai e a mãe de Vinnitchêvski ficaram chocados com o que souberam sobre o filho. A família era considerada abastada e confiável: não tinha problemas com álcool ou dinheiro. Já em 1 de novembro, sua mensagem foi publicada no jornal Urálski Rabôtchi: “Nós, os pais, renunciamos a esse filho e exigimos que a medida mais alta seja aplicada a ele: execução. Não pode haver vida para tais degenerados em uma família soviética.”

Vladimir não podia acreditar no triste desfecho de seu caso. Calmamente, ele contou à polícia sobre seus atos, acreditando que uma longa vida na prisão o aguardava, mas não execução.

O tribunal, no entanto, teve uma resolução diferente. A legislação soviética da época permitia a aplicação da pena capital a menores e, em 11 de novembro de 1940, o adolescente, aos dezessete anos, foi considerado completamente são e executado por fuzilamento.

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