Em 5 de maio de 1882, por decreto do imperador russo Alexandre 3º, na cidade de Kronstadt, perto de São Petersburgo, foi aberta a primeira Escola de Mergulhadores do Império Russo. Seu objetivo era treinar "oficiais e patentes inferiores com experiência em mergulho para o trabalho em navios e com minas submarinas".
Antes disso, os mergulhadores trabalhavam em navios de guerra da frota russa, escolhidos entre marinheiros que sabiam nadar bem. Mas a Rússia precisava de destacamentos inteiros de profissionais capazes de levantar rapidamente peças de artilharia de um navio afundado ou limpar efetivamente as águas de minas.
Apenas marinheiros fortes, com menos de 26 anos de idade, "tórax forte e bem desenvolvido, pulmões e coração saudáveis" podiam entrar na escola de mergulhadores. “Um mergulhador que deseje trabalhar com segurança e sucesso deve levar um estilo de vida saudável e, por isso, todos que bebem [álcool] devem ser excluídos das listas de mergulhadores”, lê-se nas "Regras do Serviço de Mergulho” do século 19.
O curso de treinamento tinha 12 meses, durante os quais os marinheiros aprendiam a inspecionar navios afundados e a fazer desenhos esquemáticos, conheciam equipamentos subaquáticos, aprendiam a se portar debaixo d'água para minimizar as ameaças a sua saúde e a sua vida, além de complementarem esses conhecimentos com cursos de preparação moral e psicológica.
A escola de mergulhadores também tinha laboratórios científicos que desenvolviam equipamentos e novas tecnologias para mergulhadores.
Logo a escola russa se tornou conhecida no exterior, participando de diversas feiras industriais nos EUA e na França.
Trabalhos submarinos na construção de uma ponte através do rio Ienisei, Krasnoiarsk. 1896-1899.
Domínio públicoOs estrangeiros ficaram impressionados também com os mergulhadores russos em si, que podiam trabalhar debaixo d’água por 3 a 4 horas por dia. Em 1909, os mergulhadores russos conseguiram levantar com sucesso o casco do submarino Kambala de uma profundidade de 58 metros. Era um recorde mundial, já que a profundidade máxima no erguimento de navios afundados era de 30 metros.
A escola de mergulhadores de Kronstadt existiu até o colapso do Império Russo, em 1917, e formou mais de 2.500 especialistas, muitos dos quais participaram das guerras contra o Japão e a Alemanha. Após a Revolução, a escola foi transferida para a Crimeia e renomeada como Escola de Mergulho Naval de Balaklava. A famosa instituição educacional continuou a treinar profissionais subaquáticos para a Marinha da URSS.
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