Eis um fato surpreendente sobre os preservativos: supostamente, a CIA planejava usá-los como uma arma psicológica contra a União Soviética durante a Guerra Fria.
Embora a guerra psicológica tenha sido uma das táticas usadas pela CIA nesse período, é difícil dizer se a história amplamente divulgada sobre os preservativos é verdadeira.
Tamanho importa
No auge da Guerra Fria, os EUA e a União Soviética competiram pelo domínio em todas as áreas possíveis, incluindo militar, ciência, esportes etc.
Aparentemente, os planejadores da CIA consideraram adicionar masculinidade à lista. Em algum lugar no fundo dos corredores da sede da CIA em Langley, no estado da Virgínia, oficiais de inteligência tiveram a ideia de lançar de paraquedas milhares de preservativos XL rotulados como “médios” em nações do Bloco Oriental.
"Cem homens e uma mulher", de Iúri Ivanov, fotógrafo da agência Novosti, 1973
Iúri Ivanov/SputnikA ideia por trás da operação era minar a moral dos homens que viviam na URSS, insinuando que os ocidentais eram anatomicamente superiores aos seus inimigos comunistas e, em geral, mais bem dotados. Acreditava-se que esse movimento de guerra psicológica devastaria os homens comunistas e, talvez, tornaria as mulheres comunistas um pouco mais interessadas nas vantagens da vida por trás da Cortina de Ferro.
A CIA, porém, nunca realizou a sabotagem psicológica.
Unidade secreta da CIA
Não se sabe ao certo se a estratégia de preservativos da CIA foi uma piada dentro da comunidade de inteligência norte-americana ou uma política que recebeu uma certa parcela atenção, antes de ser descartada do manual dos espiões.
No entanto, se a estratégia ingênua de minar a URSS usando preservativos XL já foi considerada seriamente, deve ter partido do secreto Escritório de Coordenação de Políticas.
Fábrica de artigos de borracha de Bakovski. Teste de preservativos, 1997
Oleg Lástotchkin/SputnikLiderado por Frank Gardiner Wisner, um dos oficiais norte-americanos que ajudaram a moldar a CIA nos primeiros anos de sua existência, o Escritório de Coordenação de Políticas era essencialmente uma ala da CIA responsável pelo planejamento e execução de operações secretas durante o início dos anos 1950.
O escritório aperfeiçoou suas táticas clandestinas quando minou a vitória do Partido Comunista Italiano, apoiado pela URSS, durante as eleições de 1948 no país. Os esforços da CIA e esse sucesso na Itália garantiram que o país europeu permanecesse no Bloco Ocidental e demonstrou o potencial retorno que as operações secretas poderiam fornecer.
Ao longo dos últimos anos da Guerra Fria, o Escritório de Coordenação de Políticas da CIA contribuiu bastante para os esforços dos Estados Unidos de combater o comunismo em várias partes do planeta, garantindo também que Washington pudesse se isentar de qualquer responsabilidade pelas operações caso fossem descobertas.
Fábrica de artigos de borracha de Bakovski. Embalando preservativos, 1997
Oleg Lástotchkin/SputnikOperando sob o comando de Wisner, o Escritório de Coordenação de Políticas teria considerado várias táticas de guerra psicológica inusitadas, que incluíam o paraquedismo de artigos de higiene norte-americanos para demonstrar sua disponibilidade no Ocidente – e o lançamento de preservativos XL rotulados como ‘médios’ para desmoralizar os soviéticos.
Um boato questionável
Outra história que já foi publicada na internet e mídia impressa soa semelhante. Há boatos de que Winston Churchill planejava fazer uma brincadeira semelhante contra os russos, norte-americanos ou alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Mas não há evidências indicando que a tática tenha sido seriamente considerada pelos britânicos.
Uma teoria diz que a história surgiu da prática de infantarias de proteger os canos de rifles com preservativos. Às vezes, isso era feito para proteger as armas da lama, neve, umidade e detritos durante a guerra. Se isso for verdade, cobrir barris grandes exigia camisinhas XL.
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