1. Batalha de Moscou
Em outubro de 1941, a URSS estava à beira do desastre. Nas batalhas perto da cidade de Viazma, a apenas 200 km de Moscou, o Exército Vermelho perdeu cerca de um milhão de pessoas. A estrada para a capital soviética estava aberta para a Wehrmacht.
Esperando divisões da Sibéria, dos Urais e do Extremo Oriente, o comando soviético conteve o inimigo com todas as forças disponíveis. No entanto, os alemães conseguiram avançar e, em 2 de dezembro, as unidades da 2ª Divisão Panzer ocuparam a aldeia de Krásnaia Poliána, a apenas 30 km do Kremlin.
O comando alemão estava convencido de que a derrota do Exército Vermelho era inevitável. Na esperança de um golpe final e decisivo, os nazistas ignoraram o fato de que, como resultado dos constantes contra-ataques soviéticos, as tropas alemãs estavam exaustas e sobrecarregadas, e tanques e divisões motorizadas tinham que superar numerosos campos minados nos arredores da cidade. Além disso, começaram os problemas de abastecimento e a morte em massa de cavalos, que tinham ficado sem forragem devido ao início do inverno.
Em 5 de dezembro, de modo completamente inesperado, a Frente Ocidental de Gueórgui Jukov e a Frente Sudoeste de Konstantin Timochenko lançaram uma contra-ofensiva em grande escala. Os soldados alemães, cansados, começaram a recuar da capital. Em alguns lugares, iniciou-se um pânico entre os nazistas. Apenas no início de janeiro de 1942 os alemães conseguiram estabilizar a frente.
“O ataque a Moscou fracassou. Todos os sacrifícios e esforços de nossas valentes tropas foram em vão”, escreveu o general Heinz Guderian no livro “Memórias de um soldado”. As tropas alemãs repelidas entre 100 e 250 km da capital soviética não representavam mais uma grande ameaça para a principal cidade da URSS.
2. Batalha de Stalingrado
Após a derrota das forças soviéticas em Kharkov em maio de 1942, a Wehrmacht conseguiu lançar uma ofensiva em larga escala na direção das jazidas de petróleo no Cáucaso na região de Stalingrado (atual Volgogrado), uma grande cidade industrial soviética e um importante centro de transporte no rio Volga. A perda dessa cidade poderia ter sido uma verdadeira catástrofe para o Exército Vermelho.
Bombardeios extensivos e batalhas ferozes nas ruas destruíram quase completamente a cidade. Resistindo com todas as forças aos alemães, as unidades do 62º Exército foram forçadas a recuar para as margens do rio Volga, perto das fábricas Outubro Vermelho e Barrikadi.
"Estávamos todos cobertos de piolhos, famintos, enlouquecidos; não sentia mais pena de mim ou dos alemães... Lutávamos por cada pedaço de muro com a maior crueldade, e, à noite, tanto nós, quanto os alemães voltávamos à frente, tentávamos avançar através das comunicações e túneis da fábrica para conseguir comida e munições. Os alemães faziam o mesmo a fim de nos matar", escreveu o soldado Milia Rosenberg da 138ª Divisão de Espingardas.
Em 19 de novembro de 1942, quando o 6º Exército alemão estava totalmente entrincheirado na cidade, as forças soviéticas lançaram ataques maciços contra seus flancos, defendidos por romenos mal armados. Tendo quebrado sua defesa, o Exército Vermelho fechou o anel em torno de 330 mil soldados alemães em Stalingrado. Após um ano de batalhas, o 6º Exército alemão foi destruído. Durante a Batalha de Stalingrado, considerada uma das batalhas mais sangrentas da história mundial, ambos os lados perderam até dois milhões de homens, entre mortos e feridos.
A derrota em Stalingrado foi um verdadeiro choque para o Terceiro Reich e seus aliados, que começaram a buscar maneiras de sair do conflito. A Turquia finalmente se recusou quanto aos agressivos planos contra a União Soviética.
3. Batalha de Kursk
No verão de 1943, os alemães estavam se preparando para uma ofensiva em grande escala na parte central da frente soviético-alemã, perto de Kursk. Derrotando o Exército Vermelho nesta área, a Wehrmacht esperava recuperar a iniciativa estratégica na guerra, perdida após o desastre de Stalingrado.
Os alemães não conseguiram realizar um golpe repentino, a inteligência militar soviética tinha recebido as informações sobre essa operação ofensiva e até sobre a data de seu início.
No total, quase dois milhões de pessoas, quatro mil aviões e seis mil tanques entraram em batalha perto de Kursk, fazendo dessa a maior batalha de tanques da história do mundo.
"A batalha foi tão pesada e intensa que me lembro perfeitamente de minha sensação de que pensar que ficaria feliz se tivesse sido ferido ou morto", escreveu o comandante da companhia de morteiros, Evguêni Ôkichev. "Calor intenso, falta de comida... Nossas trincheiras estavam em uma colina, todos os acessos foram alvejados pelos alemães".
Resistindo ao ataque das tropas alemãs, o Exército Vermelho lançou uma grande contra-ofensiva, que levou à derrota do inimigo. A Wehrmacht finalmente perdeu a iniciativa na guerra contra a URSS e começou a recuar para o oeste.
4. Operação "Bagration"
No verão de 1944, o Exército Vermelho usou contra a Wehrmacht a tática militar blitzkrieg, conhecida também como guerra-relâmpago. Os soviéticos mostraram que podiam romper uma forte defesa inimiga a curto prazo, cercar e destruir grandes grupos de tropas alemãs.
A ofensiva soviética contra o Grupo do Exército "Centro" na Bielorrússia, que começou em 23 de junho de 1944, foi uma surpresa desagradável para o comando alemão, que esperava a ofensiva na Ucrânia.
A ofensiva "Bagration", assim batizada em homenagem ao comandante russo da Guerra Patriótica de 1812 contra Napoleão, durou pouco mais de dois meses. Durante esse tempo, o exército soviético liberou todo o território da Bielorrússia e uma parte do leste da Polônia, aproximou-se de Varsóvia e da Prússia Oriental. Grupo de exércitos "Centro" praticamente deixou de existir.
Os guerrilheiros bielorrussos desempenharam um papel crucial na operação "Bagration". Eles não apenas apontavam os lugares mais vulneráveis na defesa inimiga, mas também atacavam pela retaguarda, ajudando as tropas que atacavam nos momentos mais decisivos da batalha.
5. Batalha por Berlim
Mais de dois milhões de soldados soviéticos participaram da batalha pela capital do Terceiro Reich. Eles combatiam 800 mil soldados da Wehrmacht, SS e Volkssturm. A própria cidade foi transformada pelos alemães em uma fortaleza, com diversas linhas de defesa profunda.
A ofensiva começou em 20 de abril de 1945, com o ataque da artilharia de longo alcance do 79º Corpo de Infantaria. Cinco dias depois, a cidade foi cercada pelo Exército Vermelho.
Cada rua foi transformada pelos alemães em uma linha de defesa, recheada de barricadas, cavernas, trincheiras e ninhos para metralhadoras.
Após o suicídio de Hitler, em 30 de abril, a nova liderança alemã apelou ao comando soviético com uma proposta de armistício, e a URSS respondeu que só aceitaria a rendição incondicional. Os alemães recusaram, e a luta foi retomada com vigor renovado, embora não por muito tempo. Em 2 de maio, a guarnição de Berlim finalmente se rendeu.
“Nossos soldados mostraram muita inspiração, heroísmo e coragem nas operações militares. A maturidade de nosso exército, seu crescimento ao longo dos anos de guerra, refletiu-se plenamente na batalha de Berlim. Soldados, sargentos, oficiais e generais se mostraram na operação de Berlim como homens maduros, determinados e desesperadamente corajosos", escreveu o marechal da URSS, Gueôrgui Jukov.
No total, mais de 75 mil soldados soviéticos morreram nas batalhas pela capital alemã.
LEIA TAMBÉM: Quantos soviéticos morreram na Segunda Guerra Mundial?
Autorizamos a reprodução de todos os nossos textos sob a condição de que se publique juntamente o link ativo para o original do Russia Beyond.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: