Há exatos 30 anos, Gorbatchov recebia o Prêmio Nobel da Paz

Gorbatchov durante discurso ao receber Nobel da Paz, em Oslo, 1990

Gorbatchov durante discurso ao receber Nobel da Paz, em Oslo, 1990

Getty Images
Título reconheceu papel fundamental do soviético para o fim da Guerra Fria. Contraste com situação interna da URSS o torna uma das figuras políticas mais controversas até hoje.

O ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbatchov recebeu o Prêmio Nobel da Paz há exatos 30 anos “por seu papel de liderança no processo de paz que hoje caracteriza partes importantes da comunidade internacional”, dizia o pronunciamento feito pelo Comitê Nobel em 15 de outubro de 1990 (aqui).

Durante o seu mandato, de 1985 a 1991, Gorbatchov promoveu uma mudança radical nas relações entre Oriente e Ocidente e tornou-se uma das figuras-chave da política mundial para o fim da Guerra Fria.

O então líder soviético tomou várias iniciativas para deter e reverter a corrida armamentista nuclear dos anos 1980. A URSS deixou de ser vista como “o Império do Mal” e passou a ser uma parceira.

“Essas mudanças históricas decorrem de vários fatores, mas em 1990 o Comitê Nobel quer homenagear Mikhail Gorbatchov por suas muitas e decisivas contribuições. A maior abertura que ele proporcionou à sociedade soviética também ajudou a promover confiança internacional. (…) Este processo de paz, com o qual Gorbatchov contribuiu de forma significativa, abre novas possibilidades para a comunidade mundial resolver seus problemas urgentes na superação de divisões ideológicas, religiosas, históricas e culturais”, continuou o pronunciamento do Nobel.

Havia, porém, contaste total entre a imagem de Gorbatchov no exterior e a situação dentro da União Soviética.

Suas políticas internas paralisaram o país, que entrou em uma grave crise econômica, com queda de produção, inflação crescente e um aumento extraordinário do crime organizado. Por isso sua figura é tão controversa. 

Abertura seguida por queda

Gorbatchov assumiu o poder como líder da União Soviética em março de 1985, quando foi nomeado secretário-geral do Partido Comunista. Ele provou ser o mais resoluto reformador do sistema soviético e, por fim, o arquiteto de sua destruição. O processo de democratização iniciou logo após a sua posse, trazendo mudanças políticas e econômicas mais tarde conhecidas como “perestroika”.

Em 1990, Gorbatchov aprovou uma legislação que eliminava o monopólio de poder do Partido Comunista e estabelecia o Congresso dos Deputados do Povo, com a criação do primeiro Parlamento soviético. O Congresso elegeu Gorbatchov como o novo presidente da União Soviética em 15 de março de 1990.

Em outubro de 1991, atingidas por uma grave crise econômica, quase todas as repúblicas soviéticas já haviam declarado sua independência da URSS. Gorbatchov renunciou à presidência  em dezembro, e a URSS deixou de existir.

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