A luta pelos direitos das mulheres na União Soviética em 10 pôsteres

História
ALEKSÊI TIMOFEITCHEV
Igualdade de gênero desafiou séculos de poderosas tradições da sociedade russa.

Foi a Revolução Bolchevique que estabeleceu a igualdade de direitos entre homens e mulheres na Rússia. Em 1919, o líder bolchevique Vladímir Lênin escreveu: “No decorrer de dois anos, o poder soviético em um dos mais atrasados países da Europa fez mais para emancipar as mulheres e tornar seus direitos iguais aos do sexo 'forte' do que todas as repúblicas 'democráticas' avançadas e esclarecidas do mundo nos últimos 130 anos”.

Continuando com a comparação, Lênin argumentou: “Conhecimento, cultura, civilização, liberdade – em todas as repúblicas capitalistas burguesas do mundo todas essas palavras bonitas são combinadas a infames, repugnantes e brutais leis nas quais as mulheres são tratadas como seres inferiores, leis que lidam com direitos no casamento e divórcio, que falam sobre o status inferior de uma criança nascida fora do casamento quando comparada a uma criança “legítima”, leis que garantem privilégios aos homens, leis que humilham e insultam as mulheres”.  

“A República Soviética, a república de trabalhadores e camponeses, prontamente exterminou essas leis e não deixou pedra sobre pedra na estrutura da fraude e da hipocrisia burguesas”, declarou o líder bolchevique.

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De fato, a Rússia soviética separou o casamento da igreja. Filhos ilegítimos tinham os mesmos direitos que aqueles nascidos no casamento. Mulheres tinham o direito de pedir o divórcio em diversas situações.

Qualquer atividade econômica era aberta às mulheres. Elas possuíam os mesmos direitos que os homens em termos de salário mínimo e férias remuneradas. Também tinham direito a licença-maternidade e acesso a uma rede de saúde e proteção no trabalho. Não surpreende que em apenas sete anos (de 1932 a 1930) o número de mulheres que entraram na força de trabalho aumentou de 423.200 para 885 mil.  

As mulheres também tinham igualdade de direitos políticos. Já na década de 1920, mulheres faziam parte dos conselhos de 600 cidades e vilas soviéticas, as principais instituições de poder do país. Foi uma ruptura radical do papel tradicional exercido pelas mulheres na Rússia pré-revolucionária, e as autoridades tentavam encorajar essa mudança de todas as formas possíveis, incluindo a divulgação em pôsteres.