Situada à beira do mar Negro, Sevastopol serviu de base para a Frota do Mar Negro da Rússia nos séculos 19 e 20. Os tsares costumavam visitar a cidade para inspecionar a frota e participar de reuniões oficiais e comemorações militares.
Entre os membros da família Romanov, o último tsar Nikolai 2º, sua mulher e filhos visitaram a Crimeia com maior frequência. Hoje, graças a anotações de diário e fotos de arquivo, há um registro extenso desses tempos.
O último imperador visitou a Crimeia pela primeira vez em 1886. Naquela época, Nikolai ainda era herdeiro do trono e estava acompanhando o pai, Aleksandr 3º.
A segunda visita de Nikolai foi com sua esposa, Aleksandra Feodorovna, em 1898.
No mesmo ano, o tsar participou da abertura oficial de um monumento ao Almirante Nakhimov – mais lembrado como comandante das forças navais e terrestres da Rússia durante o Cerco a Sevastopol na Guerra da Crimeia.
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O monumento foi destruído na década de 1920, após a Revolução Russa e a Guerra Civil.
A derrota da Rússia na Guerra Russo-Japonesa, a Revolução de 1905 e as tensões sociais fizeram com que os Romanov deixassem de visitar a Crimeia por vários anos.
No entanto, em 1909, a família imperial retomou as viagens à região. Tornou-se um ritual: os Romanov viajavam de trem de Moscou a Sevastopol, onde eram cerimonialmente recebidos pelo chefe da Marinha e da Fortaleza de Sevastopol. Mais tarde, passavam um tempo a bordo do iate da família, Standard.
O iate imperial Standard foi construído por ordem do imperador Aleksandr 3º, e a montagem começou em um estaleiro dinamarquês em 1893. Foi lançado em 21 de março de 1895 e colocado em serviço no início de setembro de 1896.
Este era também o navio favorito de Nikolai 2º.
“Que prazer estar em casa sobre a água novamente!”, escreveu em seu diário.
Mais tarde, a família se mudou para o Palácio Livadia, sua residência de verão (localizada na vila de Livadia, a 3 km da cidade de Ialta).
Ao visitar a Crimeia, o tsar Nikolai 2º inspecionava a Frota do Mar Negro, o Exército e as fortalezas, bem como passava tempo a bordo dos navios da Marinha.
Os Romanov eram cristãos ortodoxos, razão pela qual costumavam visitar monastérios, catedrais e igrejas em Sevastopol e em cidades e vilarejos vizinhos.
Nikolai 2º tinha especial apreço pelo mosteiro local de São Jorge, o qual visitou pela última vez em maio de 1916.
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Ninguém imaginava que, no ano seguinte, o tsar seria obrigado a abdicar do trono e jamais veria a Crimeia novamente.
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