6 relações reais russo-britânicas que mudaram o curso da história

O notório Ivan, o Terrível, quase se casou com Elizabeth 1ª, mas as coisas se complicaram. Eis a nossa história sobre quem se casou com quem e quem está relacionado com quem nas famílias reais britânica e russa.

A maioria dos entusiastas por história sabe que as relações próximas entre a Inglaterra e a Rússia começaram no século 16, quando uma delegação inglesa liderada por Sir Richard Chancellor, que estava em busca de uma rota para a Índia, desembarcou no norte da Rússia. E assim tiveram início as ligações comerciais entre os dois países. O Old English Court, um edifício perto do Kremlin que outrora serviu como local da Muscovy Company, ainda existe – e agora é um museu.

No entanto, embora a história acima seja a conhecida pela maioria, o Russia Beyond revela agora que, de fato, as relações entre os dois países datam do século 11. 

  1. Grão-príncipe Vladímir Monomakh e Gytha de Wessex

Gytha, a filha do último rei anglo-saxão, Harold Godwinson, fugiu para a Europa continental depois que seu pai foi morto em batalha, e sua dinastia chegou ao fim. Em 1074, seu tio, o rei da Dinamarca, casou-a com o príncipe Vladímir Monomakh. O futuro grão-príncipe de Rus Kievana e a princesa inglesa tiveram cinco filhos.

Assim, Gytha pode ser considerada, por exemplo, ancestral do grande Aleksandr Nevsky. Reza também a lenda de que ela era a mãe de Iúri Dolgoruki, o fundador de Moscou, mas isso não é verdade – ele nasceu da segunda esposa de Monomakh.

  1. Ivan, o Terrível e Elizabeth 1ª

A inacessível e distante rainha era a única mulher com quem o formidável tsar se correspondia. Essa amizade epistolar se estendeu por 22 anos (de 1561 a 1583), até a morte de Ivan (ela então continuou a se corresponder com seu filho, o tsar Fiódor 1º, de 1584 a 1597). De um modo geral, os dois discutiam assuntos comerciais e problemas dos dois países encontrados pelos comerciantes.

Alguns “assuntos secretos de grande importância” também foram mencionados em suas correspondências, e isso permitiu aos historiadores supor que Ivan, por meio de mediadores, propôs casamento a Elizabeth, mas ela teria recusado. Há até uma história de que a rainha recebeu um retrato do tsar, mas não gostou. Assim como o pai de Elizabeth, Henrique 8º, o tsar Ivan, o Terrível, tinha numerosas esposas; embora, reconhecidamente, não as tenha executado, elas foram confinadas a um convento.

  1. Pedro 1º e William 3º

O primeiro imperador da Rússia foi à Inglaterra em 1698, a convite pessoal de William. Como parte de seu tour pela Europa, Pedro já havia aprendido o ofício da construção naval com os mestres mais habilidosos da Holanda e observou como hospitais, escolas e diferentes fábricas funcionavam, bem como moinhos de vento.

Na Inglaterra, Pedro continuou a aprender sobre construção naval. Por isso, pode-se dizer que a Rússia tem uma dívida com a Inglaterra por algumas das famosas inovações do imperador russo. Dessa mesma viagem também permanece um famoso retrato do tsar feito por Godfrey Kneller.

  1. Grã-duquesa Maria e o príncipe Alfred, duque de Edimburgo

O imperador Aleksandr 2º casou sua amada filha Maria com o segundo filho da rainha Victoria, o príncipe Alfred, duque de Edimburgo.

Um falatório teve início em Londres, quando o imperador russo exigiu que Maria fosse tratada na corte como “Sua Alteza Imperial”, por ela ter adquirido esse título ao nascer. Além disso, Aleksandr 2º e Maria se ressentiam profundamente pelo fato de sua posição na corte ser inferior à da filha do rei da Dinamarca – a esposa do primeiro filho de Victoria, Albert (o futuro rei Eduardo 7º).

A rainha Victoria ficou enfurecida porque, por casamento, Maria deveria ter o título de “Sua Alteza Real”, mas ela acabou cedendo, e a duquesa russa passou a ser chamada de “Sua Alteza Imperial e Real” – um pouco longo, mas justo. Ainda assim, Maria não conseguiu prevalecer sobre a esposa de Albert.

  1. Nicolau 2º e George 5º

Esses primos de primeiro grau pareciam mais irmãos gêmeos. Sua semelhança era impressionante. O futuro monarca britânico era o neto da “avó da Europa”, a rainha Victoria, tendo como pais o príncipe Albert (o futuro Edward 7º) e a princesa da Dinamarca mencionada no trecho acima. A irmã da princesa da Dinamarca era Maria Feodorovna, consorte do imperador Aleksandr 3º e mãe de Nicolau 2º.

A Nicolau foram concedidas várias honrarias britânicas – a Rainha Victoria o proclamou Cavaleiro da Ordem da Jarreteira, o rei Edward 7º concedeu a seu sobrinho o título de Almirante Honorário da Marinha Britânica, e, no auge da Primeira Guerra, seu primo George chamava Nicolau de ‘Marechal de Campo do Exército britânico’.

  1. Nicolau 2º e Alice de Hesse e Reno

A esposa de Nicolau 2º, Aleksandra Feodorovna, Alice de Hesse e Reno, era ao mesmo tempo mais uma neta da rainha Victoria – ou seja, outra prima de George 5º. Ela era filha de Alice, a segunda filha da rainha britânica.

Nicolau e Aleksandra se conheceram na Rússia quando a jovem princesa compareceu ao casamento da irmã mais velha, Ella, com o grão-duque Serguêi, tio de Nicolau. O futuro imperador deveria se casar com outra mulher, mas gostava de Alice, e sua irmã ajudava os jovens amantes a se corresponderem. O pai de Nicolau, Aleksandr 3º, estava com problemas de saúde e, por isso, decidiu não adiar e abençoar o casamento.

Os jovens se casaram apressadamente após a morte do imperador, levantando sobrancelhas na corte. No dia de seu casamento, ocorreu a “Tragédia de Khodynka” – milhares de pessoas morreram em uma distribuição de presentes.

Nicolau, Aleksandra e todos os seus filhos morreram nas mãos dos executores bolcheviques. Apesar de suas conexões familiares, George 5º não concedeu asilo para seus primos após a Revolução de Outubro de 1917.

A Exposição ‘Russia: Royalty & The Romanovs’ está sendo realizada na Galeria da Rainha no Palácio de Buckingham, até 28 de abril de 2019.

Relembre também as primeiras-damas mais famosas da URSS

Quer receber as principais notícias sobre a Rússia em seu e-mail? 
Então assine nossa newsletter semanal ou diária.

Autorizamos a reprodução de todos os nossos textos sob a condição de que se publique juntamente o link ativo para o original do Russia Beyond.

Leia mais

Este site utiliza cookies. Clique aqui para saber mais.

Aceitar cookies