Dostoiévski era viciado em apostas, perdendo muitas de suas posses nas roletas. Retrato do escritor por Vassíli Perov.
Tretyakov Gallery/WikipediaO famoso crítico literário Vissarion Belínski chamava Dostoiévski de “o novo Gógol” devido a seu romance de início de carreira “Gente Pobre”.
Ironia do destino, Dostoiévski foi preso por distribuir uma carta de Belínski a Gógol criticando a religião e o governo.
Mas ele teria escrito “Crime e Castigo” se não tivesse passado esse tempo na prisão? Ou suas maravilhosas “Recordações da Casa dos Mortos”? Nestas, ele previu até os horrores dos campos prisionais soviéticos:
“Certa vez, veio-me à cabeça que se fosse desejado reduzir o homem a nada – puni-lo de maneira atroz, esmagá-lo de tal maneira que o mais endurecido assassino tremesse diante de tal punição e temesse antecipadamente – seria necessário dar a seu trabalho um caráter de completa inutilidade e até absurdo. (...) Mas constranja-o fazendo-lhe derramar água de um vaso em outro, ou a transportar um punhado de terra de um lado a outro só para executar a operação contrária imediatamente depois; então estou convencido de que no final de alguns dias o prisioneiro vai se enforcar ou cometer mil crimes puníveis com morte ao invés de viver sob tal condição abjeta e suportar tais tormentas.”
Dostoiévski era viciado em apostas, perdendo muito de sua fortuna nas roletas. Para melhorar suas finanças, ele assinou um contrato com uma editora que exigia que ele escrevesse um novo romance com um prazo apertado. Ele escreveu “O jogador” em tempo recorde, e os esforços para fazê-lo estão refletidos em sua biografia.
O russo era um escritor realista que sentiu o levante social de seu tempo de forma muito profunda. “Os demônios” foi um dos primeiros romances de ficção sobre os movimentos revolucionários e terroristas que chocavam a Rússia e foram responsáveis pela morte do tsar Aleksandr 2º (que morreu no mesmo ano em que o autor), causando a revolução de 1917.
Dostoiévski morreu aos 59 anos de idade.
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