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Apesar do nome do feriado – Dia da Revolução de Outubro –, a data era celebrada anualmente em 7 de novembro. Isso porque, em 26 de janeiro de 1918, o governo da então União Soviética mudou do calendário juliano para o gregoriano.
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Os líderes soviéticos fizeram o possível para tornar o primeiro aniversário memorável, embora o país estivesse envolvido em uma guerra civil. Como parte das comemorações, as autoridades inauguraram o monumento a Marx e Engels em Moscou e foram produzidos mais de quatro milhões de cartões postais dedicados à Revolução. O filme propagandístico chamado “Aniversário da Revolução” também foi exibido em diversas cidades soviéticas.
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Os primeiros feriados foram bem teatrais. Em 1920, por exemplo, foi encenada na Praça Uritskaya (atual Praça do Palácio), em Leningrado (hoje São Petersburgo), a tomada do Palácio de Inverno, com cerca de 6.000 participantes. Mas, devido a problemas financeiros no final dos anos 1920, essas apresentações foram reduzidas.
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O 10º aniversário da Revolução, em 1927, foi um dos maiores e contou com a participação de um milhão de pessoas marchando pela Praça Vermelha, em Moscou. Em homenagem à data, os cidadãos soviéticas ganham outro dia de folga em 8 de novembro. Trabalhar nesses dias era estritamente proibido na União Soviética.
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Já o aniversário de duas décadas, em 1937, foi celebrado em meio ao monumental conflito da URSS com a Alemanha nazista e a Itália fascista. Um desfile militar ostensivo, incluindo a Força Aérea, foi organizado para demonstrar o poder soviético para o mundo e a disposição do povo em defender a pátria. Uma delegação de proletários estrangeiros também participou dos desfiles soviéticos. Durante o evento daquele ano, a URSS deu boas-vindas a combatentes republicanos espanhóis.
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Uma das celebrações mais dramáticas ocorreu em 1941, quando as tropas alemãs estavam a apenas dezenas de quilômetros da cidade. As tropas de marcha deixaram a Praça Vermelha e foram diretamente à guerra. “O pânico era enorme... bombardeio sem fim, incêndios, vítimas. Em 7 de novembro, chegamos à Praça Vermelha e ouvimos Stálin por rádio. Esse foi um avanço e tanto”, recordou uma testemunha.
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Entre os anos 1960 e 1970, a celebração tornou-se mais pessoal. Além de desfiles e manifestações, as pessoas organizavam festanças e visitavam amigos e familiares.
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Durante os anos da perestroika, o Dia da Revolução perdeu força. A tentativa de assassinato de Gorbatchov durante o último desfile militar, em 1990, foi simbólica.
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Na Rússia pós-soviética, o Dia da Revolução de Outubro foi celebrado até 1996, quando acabou sendo substituído pelo Dia da Harmonia e Reconciliação (até 2004). De 2005 em diante, 7 de novembro deixou de ser um dia de folga.
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Atualmente, a Revolução só é celebrada na Rússia pelo Partido Comunista e seus apoiadores, mas ainda é feriado oficial em vários países pós-soviéticos: Bielorrússia, Quirguistão e a autoproclamada República Moldava da Pridnestróvia.