Aos 82 anos, russa patina quilômetros sobre o Baikal todo inverno; veja vídeo

Natália Fedossenko/TASS
Munida de seus patins, Liubov Morekhódova vigia suas vacas, que costumam se afastar e ir de uma cidade a outra. Mas esta é só uma de suas atividades no dia a dia.

Liubov Nikolaevna Morekhódova nasceu em 16 de maio de 1941 na região do Baikal e agora vive entre duas aldeias: Sarma e Kurma, no distrito de Olkhon (região de Irkutsk), segundo o jornal local Irk.ru.

Seu pai fez seus primeiros patins com serras e madeira, amarrou ambos em botas de feltro e a ensinou a patinar. Liuba, como era chamada, tinha então cerca de seis anos e tinha de percorrer vários quilômetros para chegar à escola. A família tinha nove filhos e os pais procuravam ensinar todos a andar de patins, para que ao menos no inverno pudessem se locomover facilmente.

Liubov Morekhódova se lembra de um de seus acidentes naquela época — certa vez, ela caiu na água, ficou presa no gelo e escapou por pouco. Mas em outras ocasiões também teve que salvar seus colegas.

Depois de concluir a escola, Liuba não parou de patinar. Costumava viajar de Irkutsk, onde estudava e trabalhava, até o Baikal. Ao chegar, já ia de patins do ponto de ônibus até a casa dos pais.

Morekhódova trabalhava então na fábrica de Kuibichev, em Irkutsk, como soldadora, torneira mecânica e, posteriormente, como chefe do departamento de tecnologia. Em 2010, junto com o marido, mudou-se para a antiga casa da família no lago Baikal. Seu marido faleceu em 2011 e, desde então, Liubov mora sozinha — embora sua filha e netos a visitem com frequência.

Hoje em dia, patinar no gelo não é apenas diversão para ela: todos os dias, Liuba patina alguns quilômetros em busca de suas oito vacas. Atravessar tais distâncias caminhando a pé está fora de questão.

Liubov também tira água do poço no lago, corta lenha e cuida de galinhas. Seu dia começa cedo, às seis da manhã. 

A aldeia mais próxima de seu granja fica a quatro quilômetros de distância. Os mantimentos são levados por conhecidos e parentes. Nas horas vagas, ela borda quadros.

Liuba ficou famosa em 2018 depois de um vídeo seu patinando no Baikal congelado viralizou on-line. Na época, jornalistas começaram a visitá-la e deram-lhe o apelido de “Baba Liuba” (Vovó Liuba).

Mesmo depois de o campeão olímpico de patinação artística Evguêni Pluschenko ter dado a Baba Liuba patins modernos, ela continua usando os chamados patins “noruegueses” feitos em 1945 — que, segundo a própria, só precisam ser afiados de vez em quando. Nele, as lâminas são aplicadas diretamente na válenki (tradicional bota de feltro).

Em 2018, competiu casualmente com patinadores de velocidade profissionais na corrida de 500 metros, mas se arrependeu de não ter escolhido a de 5.000 metros. De todo modo, saiu premiada com uma medalha pela participação.

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