Estas celebridades são simplesmente loucas por literatura russa

Russia Beyond (Foto: Getty Images)
Atores de Hollywood, escritores e diretores de cinema costumam amar Tolstói, Dostoiévski... mas não só!

Orlando Bloom e Fiódor Dostoiévski

Orlando Bloom lendo “Os Irmãos Karamázov”, de Dostoiévski, em um parque já virou até meme. As fotos do ator viralizaram e os internautas notam que Bloom deve ter adentrado todo o mistério da alma russa, a julgar por suas expressões faciais!

Nicolas Cage e... Fiódor Dostoiévski!

Outro fã de Dostoiévski é Nicolas Cage. Em uma coletiva de imprensa em Moscou, em 2016, o vencedor do Oscar disse que seu sonho era lê-lo no original. “Adoro Dostoiévski, sobretudo ‘Os Irmãos Karamázov’, mas entendo que li uma tradução. Eu adoraria saber o que Dostoiévski realmente tinha em mente, para ficar imbuído da poesia de suas palavras.”

Hollywood inteira e ‘Crime e Castigo’, de Fiódor Dostoiévski

O romance mais famoso do escritor foi lido por (quase) todos em Hollywood: Jim Carrey, Daniel Radcliffe, Gwyneth Paltrow... A última disse que se sentiu horrorizada em se solidarizar com Raskôlnikov, mas que não conseguia evitar: nã era com o assassino que ela se identificava, mas com uma pessoa que sabe que tem algo de errado, mas mesmo assim faz uma ação.

“Eu tinha 17 anos quando li esse livro, e a sensação de ter traído o senso de certo e errado – e depois viver com as consequências – era algo com o qual eu poderia me identificar completamente.”

“Crime e Castigo” também inspirou o roteiro vencedor do Oscar de Woody Allen para o filme Match Point. Uma cópia do livro está na cabeceira do protagonista, Chris (Jonathan Rhys Meyers), que mais tarde comete um crime horrível — e o justifica filosoficamente.

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Sabe-se que Dostoiévski— assim como a literatura russa em geral — exerceu uma enorme influência sobre a obra de Woody Allen. “Acho difícil imaginar que alguém tenha mergulhado mais profundamente na temática existencialista e espiritual”, disse o diretor.

Daniel Radcliffe e Mikhaíl Bulgákov

O ator de Harry Potter é um leitor ávido. Entre seus autores favoritos, ele cita o satirista russo Mikhaíl Bulgákov, cujo romance “O Mestre e a Margarida” é uma de suas principais recomendações de livros.

“Este meu romance favorito é simplesmente a maior explosão de imaginação, loucura, sátira, humor e coração”, disse Radcliffe em uma entrevista.

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Além disso, Radcliffe interpretou brilhantemente o papel principal da série “Notas de um Jovem Médico”, baseada no livro homônimo de Bulgákov.

Johnny Depp e Vladímir Maiakóvski

Quem poderia pensar que o maior pirata de Hollywood seria louco pela poesia de Vladímir Maiakóvski? Em 2018, Depp foi a Moscou para se apresentar com o supergrupo Hollywood Vampires. Antes do show, ele passou pelo Mausoléu de Lênin, o Kremlin e... o Museu Maiakóvski.

Durante uma exibição privada, o ator contou que há muito sonhava em visitá-lo, depois de ter lido Maiakóvski vorazmente desde a adolescência, admirando "sua paixão, drama, motivação e incrível força".

Tudo começou depois que ele comprou um livro de poemas de Maiakóvski simplesmente por causa do retrato na capa: "Quando vi aquela cabeça raspada e o rosto malvado, pensei, ah, isso é definitivamente para mim!"

Quentin Tarantino e Borís Pasternak

Outro meme surgiu a partir de foto de Tarantino agachado e pensativo ao lado do túmulo de Borís Pasternak. Acredite ou não, quando o diretor foi a Moscou, em 2004, sua primeira parada foi o cemitério onde foi enterrado o ilustre autor de “Doutor Jivago”.

Tarantino passou cerca de meia hora na lápide e depois anunciou que havia feito contato espiritual com o genial escritor.

Yiyun Li e Lev Tolstói

Em março de 2020, no início da pandemia, a escritora norte-americana nascida na China Yiyun Li decidiu lançar uma leitura e discussão conjunta sobre “Guerra e Paz”. Junto com ouvintes on-line de todos os cantos do mundo, ela leu Tolstói por 85 dias (eles compartilharam suas impressões nas redes sociais com a hashtag #TolstoyTogether).

Para muitos, aquele foi o primeiro contato com o lendário romance, mas a sino-americana, ao que parece, lê o volume (e que volume!) todos os anos! “Descobri que quanto mais incerta a vida é, mais solidez e estrutura a Guerra e a Paz oferece”, escreveu Yiyun Li.

Em setembro de 2021, ela repetiu a maratona.

Orhan Pamuk e Lev Tolstói

Outra figura fortemente influenciada por Tolstói foi o clássico vivo da literatura turca Orhan Pamuk. No Prêmio Literário de Iásnaia Poliana, Pamuk afirmou que, quando começou como escritor, pendurou na parede um reprodução do retrato de Lev Tolstói por Iliá Répin.

“Acho que Anna Karênina é o melhor romance já escrito”, disse Pamuk — que leu tantas vezes o livro, que sabe o texto quase de cor e compartilha seu conhecimento sobre ele com os estudantes da Universidade de Columbia.

Gerard Depardieu e os poetas russos

Como um verdadeiro russo (o ator francês recebeu a cidadania russa em 2013), Depardieu adora poesia russa e até lê um pouco em russo. Em 2018, ele participou de um concerto dedicado ao 80º aniversário do cantor e compositor Vladímir Vissotski, e disse amar três poetas russos acima de tudo: Púchkin, Liérmontov (ele até citou um verso do poema Borodinô em russo) e o próprio Vissotski.

No final dos anos 1970, Depardieu chegou a protagonizar um filme baseado no conto “Férias Vienenses”, de Vissotski e Eduard Volodarski, mas o projeto não foi adiante.

Emir Kusturica e Fiódor Dostoiévski (além de outros)

Em 2019, o diretor cinematográfico sérvio falou de sua “forte afinidade com os clássicos da literatura e do cinema russos”: seu principal guia espiritual é Fiódor Dostoiévski.

“Dostoiévski está sempre na minha agenda. Não passa um dia sem que eu reflita sobre ele e suas obras”, disse. Kusturica também anunciou que estava escrevendo um livro baseado em “Crime e Castigo” e planejava transformá-lo em um filme — talvez até em russo!

Kusturica leva em alta conta também o escritor soviético Tchinguiz Aitmatov e diz desejar adaptar para as telonas o conto “A nuvem branca de Ghengis Cã”, assim como transpor “Herói de nosso tempo”, de Mikhaíl Liérmontov, para os dias atuais.

O diretor diz ser fã da obra do escritor contemporâneo Zakhár Prilépin, cujo romance “O Mosteiro” é, segundo ele, um dos melhores livros que leu na última década.

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