Há coisas que apenas um olhar estrangeiro pode enxergar. Estilos de vida e hábitos diferentes que, diante de outra cultura, revelam extravagâncias.
A Rússia não é exceção. Os costumes russos podem ser vistos como um ‘mistério’ por estrangeiros que chegam ao país pela primeira vez. O Russia Beyond pediu a expatriados que citassem os maiores estranhamentos no país, desde o ambiente de trabalho até os lugares públicos, das casas aos relacionamentos pessoais.
Visitas são sempre bem-vindas...
...desde que tirem seus sapatos.
Você já tentou entrar em uma casa russa sem tirar os sapatos? Pois não faça isso! “Eu sei que muitas pessoas em países diferentes fazem isso também, como, por exemplo, na Alemanha, mas para mim é inacreditável ter que que tirar os sapatos quando entro na casa de alguém. Na Itália, de um modo geral, não costumamos fazê-lo”, diz Chiara Schiesaro, que visitou Moscou e São Petersburgo.
A questão, porém, é que o inverno russo é tão longo e cheio de neve que as ruas ficam imundas – tirar os sapatos é a forma de os russos manterem a casa limpa.
“Foi só depois de alguns anos que entendi por que causava tanto constrangimento ao entrar de sapato na casa da senhora onde estava hospedada em São Petersburgo. Não é à toa que ela me olhava de um modo tão estranho! Mas ninguém me falou sobre essa regrinha”, recorda a argentina Patricia Moro.
Em casa não tem inverno
O espanhol Felix Martinez Alcover notou muitas diferenças quanto ao modo de se aquecer no país. “Fiquei chocado com o contraste de temperatura no inverno: na rua as temperaturas polares, enquanto dentro de casa era muito quente”, conta.
Quando o termômetro atinge temperaturas extremamente baixas, a experiência pode ser ainda mais traumática. “Quando eu morava na Sibéria, enquanto fazia -65ºC lá fora, em casa a temperatura era de 30ºC”, diz a alemã Peggy Lohse.
Na Rússia, o sistema de aquecimento ainda é de propriedade e controle do Estado, e, por isso, não é possível regular a temperatura individualmente em casa. Nesses casos, a solução é desligar os aquecedores ou abrir a janela.
Espaço comum = terra de ninguém
“É impressionante perceber como as áreas comuns dentro dos edifícios são negligenciadas, ao contrário dos espaços privados, que são muito acolhedores", descreve Felix Martinez Alcover, da Espanha.
Distribuição dos cômodos
Os apartamentos russos são muitas vezes bem pequenos (cerca de 40 metros quadrados), e pode ser que mais de uma geração vivam juntos: avô, pais, filhos. É por isso que, em alguns casos, há quem durma na própria sala de estar.
“Além disso, fiquei surpresa ao ver que o chuveiro fica separado da privada: para mim é estranho, mas admito que pode ser útil”, diz a italiana Chiara.
Contas em conta
“Vivi por um bom tempo em Moscou e percebi que os serviços públicos são muito baratos: gastava menos de 1.500 rublos (cerca de US$ 22) por mês com eletricidade, água e gás”, lembra a italiana Eva Greco.
Não beba água da torneira (como no Brasil)
“Quando os amigos me visitam em Moscou, sempre recomendo não beber água da torneira. Os russos costumam filtrar e ferver a água para preparar chá. Mas eu prefiro comprar água engarrafada mesmo”, continua Eva.
Tapete pelas paredes
Os russos adoram papel de parede, destaca Patricia Moro. “Eles estão em todos os lugares e geralmente com cores muito excêntricas – me deparei, por exemplo, com cinco tipos diferentes de papel de parede em apartamentinho em Voronej.”
Já os tapetes, em geral, são pendurados na parede em vez de posicionados no chão. “Um arquiteto, amigo meu, que estava construindo uma vila de luxo nos entornos de Moscou me disse que teve que explicar ao dono da casa que os tapetes italianos não eram feitos para a parede, mas para o chão”, diz Eva Greco.
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