Pouco se preocupam com pluralismo político ou liberdades civis
Serguêi Vediachkin/Agência MoskvaAo acompanhar a imprensa ocidental, pode-se ter a impressão de que os russos estão demasiadamente preocupados com as sanções econômicas e as questões políticas envolvendo o país. Mas, segundo uma nova pesquisa, essas adversidades não chegam perto do topo da lista de preocupações prioritárias dos russos.
O maior descontentamento atual dos russos se deve a inflação e pobreza, segundo mostram dados recentemente divulgados pelo Centro Levada.
Pouco mais de 60% dos entrevistados pelo instituto de pesquisa independente afirmaram que a maior preocupação no momento é com o aumento dos preços dos bens de consumo básicos – tendência registrada desde 2014, quando a Rússia foi atingida por uma forte desvalorização do rublo e desaceleração econômica.
Apesar desse alto índice, o número de pessoas que consideram a inflação uma grande preocupação caiu 10 pontos percentuais em relação aos dados de 2016, devido à estabilização da taxa de inflação no último ano.
O que chama atenção, entretanto, é o número significativo de pessoas que citaram o aumento da pobreza e do desemprego, a corrupção e a desaceleração da produção industrial e agrícola como principais motivos de preocupação.
“Essas são questões que as pessoas enfrentam no dia a dia, por isso, é compreensível que elas apareçam nas respostas dos entrevistados com mais frequência”, disse Karina Pipia, especialista do Centro Levada, ao jornal “RBC”.
Outras questões como sanções, imigração, ineficiência do sistema judicial, aumento do crime e nacionalismo foram pouco mencionadas pelos inquiridos. Apenas 4%, por exemplo, disseram se preocupar com a falta de pluralismo político e liberdades civis.
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