Região siberiana se destaca com centenas de torneios presenciais e on-line anualmente e recebe pela segunda vez Olimpíadas Mundiais de Xadrez.
Departamento de Relações Públicas e Internacionais da região russa de Khánti-MansiskEm 2020, a região russa siberiana de Khánti-Mansisk (1.900 quilômetros a nordeste de Moscou) receberá pela segunda vez, as Olimpíadas Mundiais de Xadrez. A decisão foi tomada pela Assembleia Geral da Federação Internacional. A capital regional, Ugra, será a quarta cidade a ter o direito de receber os jogos duas vezes na história.
"Nosso objetivo é que as Olimpíadas de Xadrez de 2020 sejam as mais abertas e acessíveis da história. Um jogo simultâneo será organizado em uma área de 500 mil metros quadrados", disse a governadora de Khanti-Mansisk, Natália Komarova.
Recorde olímpico
Ugrá foi palco dos jogos anteriormente em 2010, quando recebeu 2 mil jogadores provenientes de 149 países de todo o mundo.
Para 2020, a organização pretende não apenas superar esses números, como também ir para o Guinness Book of Records, com o primeiro jogo entre a Terra e o espaço sideral, organizando um torneio com participação da tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
Outra ideia aventada é o revezamento da tocha olímpica às vésperas da competição. Sugeriu-se que o revezamento seja do símbolo dos jogos, o cavalo de xadrez, por todos os países participantes, com torneios on-line durante cada parada, assim como encontros entre jovens jogadores e mestres do xadrez. O objetivo é que essas ações promovam o esporte pelo mundo, de acordo com Komarova.
Região federativa do xadrez
O xadrez tem sido desenvolvido em Ugra já há tempos. A região russa é a única no mundo a receber quatro Campeonatos Mundiais de Xadrez em sete anos, além das Olimpíadas.
Lá também ocorre, desde o ano 2000, um prestigioso campeonato de xadrez em homenagem a Anatóli Karpov. A vila de Poikovski, que recebe o torneio, é conhecida mundialmente como uma das "capitais mundiais do xadrez".
Quase 50 eventos ligados ao xadrez são organizados anualmente na região.
"Não tem um só dia de feriado em que a Academia de Xadrez de Ugrá esteja vazia", diz a diretora da instituição, Gaina Kovaliova.
A dedicação também ocorre nas redes. Ugrá é uma das líderes mundiais de torneios on-line. todos os anos, cerca de 1,5 mil jogadores de todo mundo participam de seus campeonatos virtuais.
Deficientes também estão envolvidos no esporte e, no ano passado, a região foi palco de um campeonato dedicado apenas àqueles que têm deficiências músculo-esqueléticas.
Neste ano, a região foi ainda mais fundo em seus objetivos, e instituiu o xadrez como matéria obrigatória nas escolas. Em 2016, a matéria passou a ser obrigatória no ensino fundamental e, apartir do ano que vem, será obrigatória também no ensino médio. Já passa de 230 o número de professores que receberam treinamento para ensinar a nova disciplina.
O presidente da Federação Internacional de Xadrez (na sigla em inglês, FIDE), Kirsan Iliumjinov, a instituição está comprometida a assegurar que o xadrez seja estudado em todos os países-membros.
Um programa do gênero começou a ser implementado em escolas brasileiras, no Paraná, em 1980, como relembra Iúri Orlik, professor na Universidade Federal da Integração Latino-Americana, em Foz do Iguaçu. O programa foi lançado pelo mestre brasileiro do xadrez Jaime Sunye Neto.
Material preparado com auxílio do Departamento de Relações Públicas e Internacionais de Ugrá.
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