Com estádio em construção, Samara teve aeroporto reformado para receber o Mundial
Iúri Streletc / RIA NôvostiDos US$ 10 bilhões alocados pelo governo russo para os preparativos da infraestrutura da Copa do Mundo de 2018, metade do valor foi destinado para o desenvolvimento e reforma de meios e vias de transporte, ampliando o sistema de transporte russo para o Mundial.
Mais de 100 estruturas, sobretudo aeroportos e estradas, estão sendo reformadas ou construídas do zero para receber o torneio de futebol, que será realizado em 12 estádios de 11 cidades russas.
Com variação de três fusos horários, a distância média entre as cidades que vão receber as partidas é de 600 km. Já entre Iekaterinburgo e Kaliningrado, a sede mais oriental e a mais ocidental do país, são cerca de 3.000 quilômetros.
Parte do trabalho já está concluída, segundo o ministro dos Transportes russo, Nikolai Assaul. Entre os aeroportos que passaram por extensa reforma estão o Pulkovo, em São Petersburgo, e o de Samara. Ambos ganharam novos terminais para receber o aumento de fluxo doméstico.
No interior do país, a manutenção e a aceleração do desenvolvimento de estradas vai melhorar a conectividade para a Copa de 2018 e deixará legado para a população local. Em Iekaterinburgo, nos Urais, foi concluída a construção de um anel viário que havia sido iniciada ainda em 1994.
Embora a crise econômica não tenha afetado o planejamento dos transportes para o Mundial, o orçamento geral sofreu dois cortes este ano. No primeiro, em junho, US$ 450 mil de gastos com hotéis foram cancelados; no segundo, em agosto, soluções de infraestrutura geral permitiram o corte de quase US$ 1,3 milhão.
Fluxo de pessoas
A deslocação de torcedores dentro das cidades-sede será feita pelo método padrão para tais casos: transporte público e ônibus do tipo “shuttle”.
“Nas grandes cidades, onde há metrô, como Moscou, São Petersburgo e Kazan, os torcedores – estima-se de 50 a 80 mil pessoas – irão se integrar no fluxo de passageiros”, prevê Konstantin Trofímenko, que dirige o Centro de Estudos de Problemas de Transporte em Megacidades, da Escola Superior de Economia de Moscou.
“Em outras cidades, a principal aposta serão os ônibus”, diz. “A Fifa tem instruções detalhadas de como deve ser organizado o apoio dos transportes. É um procedimento padrão, por isso, na Rússia será organizado da mesma forma que foi na Alemanha, no Brasil e na África do Sul".
Trofímenko destacou ainda que a Rússia deve seguir o exemplo do Brasil, onde algumas cidades-sede da Copa tiveram transporte gratuito para torcedores. O benefício será novamente aplicado durante os Jogos da Rio-2016 tanto no Rio de Janeiro, como nas outras cinco cidades envolvidas no Mundial.
Durante a Copa do Mundo no Brasil, em 2014, o chefe do Comitê Organizador russo, Aleksêi Sorôkin chegou a anunciar que os torcedores com ingressos para jogos da Copa do Mundo de 2018 teriam transporte gratuito entre as cidades-sede. “Viagens grátis foi uma garantia que assinamos quando apresentamos nossa candidatura", disse o dirigente, na ocasião.
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