UEFA separa clubes russos e ucranianos nas competições europeias

Em ocasiões anteriores, a UEFA já havia decidido não incluir no mesmo grupo seleções de países que possuíssem um relacionamento político tenso Foto: Ígor Russak/RIA Nóvosti

Em ocasiões anteriores, a UEFA já havia decidido não incluir no mesmo grupo seleções de países que possuíssem um relacionamento político tenso Foto: Ígor Russak/RIA Nóvosti

Impasse na situação política entre Ucrânia e Rússia levou organização do futebol europeu a evitar jogos entre times dos dois paísesю

Em função da situação política em torno da Ucrânia, a UEFA (União Europeia de Associações de Futebol) vetou as disputas entre times de futebol russos e ucranianos na Liga Europa e na Liga dos Campeões. A decisão foi tomada na véspera do sorteio para os torneios e foi recebida pelos representantes dos clubes de futebol russos com compreensão.

"À luz da atual situação política, a União Russa de Futebol (RFC, na sigla em russo) e a Federação de Futebol da Ucrânia (FFU) manifestaram receios quanto à segurança da realização dos jogos entre os times russos e ucranianos durante os torneios da UEFA. Tendo analisado essas declarações e estudado o nível de segurança na região, o grupo de trabalho para situações de emergência da UEFA resolveu que, até nova ordem, os times russos e ucranianos não podem se cruzar nos torneios da UEFA", afirma o comunicado publicado no site oficial da UEFA.

Compreensão do lado russo

"Essa é uma decisão absolutamente correta, competente e sensata que permitirá evitar uma tensão desnecessária e quaisquer confrontos", declarou o presidente honorário da União Russa de Futebol (RFC), Viatcheslav Koloskov, à agência R-Sport.

"Infelizmente, por causa da situação política, há certa lógica nisso. O objetivo é evitar conflitos desnecessários e provocações. Infelizmente, esta é a realidade da vida, mas eu gostaria de acreditar que tudo isso não irá durar por muito tempo”, afirmou o diretor geral do CSKA de Moscou, Roman Babaiev, em uma entrevista com a agência R-Sport.

Serguêi Galitski, presidente do clube de futebol Krasnodar, que poderia ter cruzado com o Zaria de Lugansk ou com o Tchernomorets de Odessa na segunda fase pré-eliminatória da Liga da Europa, espera que a decisão da UEFA seja apenas uma medida temporária: “É uma decisão política, se a UEFA tomou essa decisão, significa que ela considera-a imprescindível. Tanto os russos, quanto os ucranianos estão preocupados com a situação atual. Se na final da Eurocopa o time russo e o ucraniano tiverem que se encontrar, penso que a UEFA irá permitir a realização dessa partida. Aliás, a política e o esporte não devem caminhar lado a lado. Acredito que esses são problemas temporários que no futuro serão eliminados”, afirmou Galitski, em entrevista à R-Sport. 

Outros casos

Em ocasiões anteriores, a UEFA já havia decidido não incluir no mesmo grupo seleções de países que possuíssem um relacionamento político tenso. Assim, em 2006, segundo o resultado do sorteio para os jogos de qualificação da Euro 2008, a seleção da Armênia deveria jogar com o time do Azerbaijão. Os países foram incapazes de garantir a segurança das delegações, então foi decidido o cancelamento das partidas entre a seleção da Armênia e a seleção do Azerbaijão através de um veredicto especial das autoridades do futebol. Mais tarde, a UEFA e a FIFA incluíram no regulamento um item de acordo com o qual era excluída, até segunda ordem, a possibilidade da seleção da Armênia e a seleção do Azerbaijão, assim como a seleção da Rússia e a da Geórgia, serem incluídas no mesmo grupo.

 

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