O gol de ouro de Mario Götze contra a Argentina fez da Alemanha a grande campeã da Copa do Mundo pela quarta vez, compartilhando com a Itália o título de tetracampeã.
Logo após o término da partida final, a Fifa anunciou a lista dos melhores jogadores do campeonato. O goleiro alemão Manuel Neuer e o atacante argentino Lionel Messi, contrariando as expectativas, levaram a Bola do Ouro.
Aproveitando o ensejo, a Gazeta Russa resolveu compor a sua lista própria lista da “convocação dos sonhos” para a Copa do Mundo no Brasil e, para isso, contou com a ajuda dos jogadores da seleção soviética de 1966, que garantiram sua melhor colocação em Copas do Mundo: um quarto lugar, após a eliminação nas semifinais pela Alemanha Ocidental.
Anzor Kavazachvili
Foto: RIA Nóvosti/Iúri Somov
Goleiro da União Soviética em duas copas (1966 e 1970), reconhecido como um dos melhores goleiros da Copa de 1970 no México. Jogou 29 partidas pela seleção soviética.
Melhor goleiro: Manuel Neuer (Alemanha)
“Eu concordo com a votação da Fifa. Neuer se mostrou não somente o melhor goleiro da Copa de 2014, mas também dos últimos anos. Ele apresentou uma ótima performance jogando no Bayern e consolidou seu estilo na seleção alemã. O tempo de goleiros como Iker Casillas e Gianluigi Buffon já passou. Ele representa uma geração. Como os goleiros do meu tempo, o alemão também é talentoso nas saídas de bola, mostrando-se bom de drible. Ele trabalha bem na linha de defesa, possui visão de profundidade nos tiros de meta e sabe escolher a quem tocar a bola. Ele sabe realmente como fazer um show! Eu também gostei muito do desempenho do goleiros mexicano, Guillermo Ochoa, e costa-riquenho, Keillor Navas, mas acredito que eles não alcançaram o nível de Neuer. Gostaria de salientar também o belo trabalho do goleiro argentino Sergio Romero que não tomou um gol sequer durante 478 minutos que esteve em campo.”
Foto: AFP/East News
Escolha da Gazeta Russa: Tim Howard (EUA). Estabeleceu um novo recorde mundial durante o jogo contra a Bélgica, realizando 16 grandes defesas.
Vladímir Ponomarev
Foto: Getty Images
Zagueiro da seleção soviética na Copa de 1966. Jogou 25 jogos pela seleção da URSS.
Melhores zagueiros: Philipp Lahm (Alemanha), Ron Vlar (Holanda), Ezequiel Garay (Argentina) e Marcelo (Brasil).
“Os zagueiros foram as verdadeiras estrelas da Copa de 2014. Refletindo bastante sobre minha lista de zagueiros, talvez somente a candidatura de Lahm não seja discutível. Lahm se mostrou capaz de jogar com excelência em qualquer posição, mas seu forte é a zaga direita. Ele controlou tão bem o lado direito ao ponto de que os meio-campistas alemães não precisaram voltar constantemente à área de defesa. Além disso, apesar de se mostrar profundamente ligado à linha de defesa, Lahm se envolveu ativamente com o ataque, participando de duas jogadas que resultaram em gol. Eu entregaria a Bola de Ouro a ele. Quanto aos zagueiros centrais – Vlar e Garay –, é possível dizer que Vlar foi o líder da zaga jogando pela Holanda, e a Argentina jogou suas partidas porque acreditava plenamente na capacidade de Garay. Se não fosse pelo zagueiro, provavelmente essa seleção não chegaria à final. O argentino conseguiu manter o desempenho durante todo o campeonato, principalmente durante os jogos decisivos. Vamos ver como ele jogará agora pelo Zenith de São Petesburgo. Por fim, deixaria o lado esquerdo com o brasileiro Marcelo, que manteve seus adversários sob constante pressão. Depois do primeiro tempo contra a Alemanha, quando o placar estava 5:0, ele foi o único jogador que continuou a suar a camisa. Sem dúvidas, ele foi o melhor jogador da seleção pentacampeã, ao lado de Neymar.”
Foto: Getty Images/Fotobank
Escolhas da Gazeta Russa: Pablo Zabaleta (Argentina), Mats Hummels (Alemanha), Vincent Kompany (Bélgica), Pablo Armero (Colômbia).
Gueórgi Shitchinava: meio-campo da seleção soviética, participou da Copa de 1966 e jogou 8 jogos pela seleção da URSS.
Foto: RIA Nóvosti
Melhores do meio de campo: Arjen Robben (Holanda), Javier Mascherano (Argentina), Toni Kroos (Alemanha), James Rodríguez (Colômbia).
“Fiquei muito chateado que a Holanda não se qualificou para a final da Copa de 2014. Como há quatro anos atrás, Robben não conseguiu tirar seu time do 1:1, e a partida contra a Argentina foi resolvida nos pênaltis. Uma pena, porque a seleção holandesa merecia o título de campeã este ano. Robben é um verdadeiro líder e conduziu com maestria e raça sua equipe durante as partidas. Além disso, apresentou uma boa preparação física, sendo o jogador mais veloz do campeonato. Mascherano é “hors concours” entre os meio-campistas do campeonato mundial. Sem ele, talvez a Argentina não passasse nem das eliminatórias. Kroos, por sua vez, foi o articulador da jogada que permitiu Hummels marcar o gol da vitória nas quartas de final e se mostrou o mais ativo jogador na partida massacrante contra o Brasil. Poderia ter sido o melhor meio-campo do Mundial se não fosse a trapalhada na final. Já a história de Hames Rodriguez me ajuda a diferenciar as pessoas que de fato assistem futebol constantemente daquelas que assistem somente as Copas do Mundo. Eu li um monte de comentários elogiosos sobre os colombianos e agora o Mônaco pagou 60 milhões de euros pelo passe de Hames. Ele provou o seu valor de estrela, tornando-se o maior artilheiro da competição.”
Foto: AFP/East News
Escolhas da Gazeta Russa: Juan Cuadrado (Colômbia), Javier Mascherano (Argentina), Wesley Sneijder (Holanda), Arjen Robben (Holanda).
Váleri Porkuian: atacante da URSS na Copa do Mundo de 1966, na qual marcou 4 gols em três jogos.
Melhores atacantes: Neymar (Brasil), Thomas Muller (Alemanha)
“Neymar, aos 22 anos, se mostrou o melhor jogador do Brasil. Por um lado, esse fato mostra a crise do futebol brasileiro, mas, por outro, comprova o incrível talento do craque. Somente após a Copa de 2014 compreendi por que o Barcelona pagou por ele aquela incrível quantia em euros. Enquanto o atacante esteve em campo, o Brasil jogou um futebol significativo, mas, depois da lesão do atacante, a equipe desmoronou como um castelo de cartas. A derrota contra a Alemanha será para sempre uma mancha negra na memória de todos os brasileiros. Neymar teve sorte de não participar de tal choque psicológico, algo que o ajudará no futuro a lutar novamente pela seleção. Quanto a Muller, apresento uma breve explicação: o atacante foi capaz de marcar 8 gols com a tática passe +gol. Eu não compreendo, assim, por qual motivo Messi levou a Bola de Ouro. Muller é o verdadeiro merecedor deste prêmio, apesar de que ele ainda tem a vida inteira pela frente.”
Foto: Getty Images/Fotobank
Escolhas da Gazeta Russa: Neymar (Brasil), Karim Benzema (França)
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